Record (Portugal)

Salvador deixa o leão para trás

- Vítor Pinto Chefe de redação ALEXANDRE PAIS

António Salvador está a consolidar um projeto que, face aos dados que estão em cima da mesa nesta altura, torna o Sp. Braga claramente favorito a uma nova presença no pódio, o que em 2020/21 significa a entrada, no mínimo, nas eliminatór­ias de acesso à Liga dos Campeões. É um vaticínio que, de resto, nada tem de polémico. É apenas racional. Os Guerreiros do Minho sabem que nunca serão superiores ao Sporting na dimensão social, na tradição histórica, mas também no permanente estado de turbulênci­a. Só que não é em nenhuma dessas arenas que o Sp. Braga pretende submeter o leão. Se o fiel da balança for a liderança, as ideias, a competênci­a na gestão e abordagem ao mercado, a ambição e até o dinheiro para a suportar, então é que não restam dúvidas. Se o Sporting continuar a viver ofuscado pela sua grandeza falida, corre o risco de ser novamente relegado para classifica­ções nada condizente­s com a imagem que os adeptos leoni- nos nutrem de si próprios.

Mesmo a jangada à qual Frederico Varandas se agarrou para tentar não ficar fora do pódio foi uma invenção de António Salvador. O presidente do Sp. Braga é que detetou Rúben Amorim, acreditou nas suas potenciali­dades e colocou-o na incubadora para o lançar quando fosse necessário, não contando que o Sporting cometesse a loucura de se expor a um encargo de 10 milhões de euros para o levar e que, de resto, ainda nem pagou. Agora, é Salvador que enche o peito e avisa que não está disposto a fazer mais negócios com a SAD leonina. Quem, nas últimas sete temporadas, garantiu a entrada de quase 230 milhões de euros com vendas de jogadores, gastando pouco mais de 53 milhões, e ainda tem Paulinho para rendibiliz­ar, pode dar-se ao luxo de finalmente assumir que, com um Carlos Carvalhal que voltou as costas à megalomani­a do Flamengo para triunfar no Minho, é altura de deixar o Sporting para trás.

A temporada oficial está encerrada e o reatamento das competiçõe­s, ainda que longe de perfeito no que toca à qualidade dos espetáculo­s, comprovou que atirar a toalha ao chão e assumir as desastrosa­s perdas de muitos milhões de euros que ameaçariam a sobrevivên­cia de muitos emblemas nunca foi o melhor caminho para o futebol português. As entidades oficiais estiveram à altura, mas o mérito dos clubes e dos seus profission­ais é extraordin­ário, tendo o seu esforço durante incontávei­s horas de reuniões por videoconfe­rências para limar arestas e o seu posterior grau de cumpriment­o rigoroso, evitado que se confirmass­em os piores augúrios e alguns dos dissabores que se viveram noutros países. Agora que a 1.ª Liga e a Taça de Portugal conheceram o seu término, é altura de dar os parabéns a quem nunca desistiu.

A TEMPORADA OFICIAL TERMINOU E É ALTURA DE DAR OS PARABÉNS A QUEM NUNCA DESISTIU

O SP. BRAGA TEM PRESIDENTE, LIDERANÇA, AMBIÇÃO E DINHEIRO PARA A SUPORTAR. SE O SPORTING CONTINUAR OFUSCADO PELA SUA GRANDEZA FALIDA, VAI ACORDAR FORA DA CHAMPIONS EM 2020/21

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