“BARCELONA VEM NO MOMENTO CERTO”

Cresceu no ABC de Nelas, tirou um curso de Engenharia Civil enquanto jogou no Sp. Braga, cumpriu três épocas de alto nível no Benfica e já conquistou um Europeu por Portugal. Aos 26 anos, o fixo está preparado para o desafio

“OS REFORÇOS SÃO DE ENORME QUALIDADE. O PLANTEL SERÁ PODEROSÍSSIMO E CONTINUARÁ A LUTAR POR TÍTULOS”

Assinou pelo Barcelona até 2022. Que expectativas tem para esta aventura em Espanha?

ANDRÉ COELHO – É mais um passo na carreira, um patamar que subo e um sonho que realizo.

Esse sonho de jogar na liga espanhola é partilhado por quase todos os jogadores portugueses.

AC – É um campeonato 100 por cento profissional, o que é logo uma vantagem. Isto apesar de, em Portugal, já haver equipas com volumes de treinos semelhantes aos de Sporting e Benfica.

A saída de um português para Espanha pode abrir mais portas?

AC – Será cada vez mais natural isso acontecer porque o jogador português está a ser valorizado. Começou com o Ricardinho, depois com o Cardinal e com o Pedro Cary. A nossa formação também é fantástica e vai ser cada vez mais habitual ver jogadores portugueses a dar este passo.

Não vai ter a oportunidade de defrontar Ricardinho.

AC – É sempre bom para qualquer equipa não ter o Ricardinho pela frente... Mas gostava muito de poder defrontá-lo. Ele tomou a melhor decisão para o futuro e desejo-lhe a melhor sorte do Mundo.

Faloucomosoutrosportugueses que jogaram em Espanha?

AC – Já falo há muito tempo com o Ricardinho, pois sempre tive o interesse de saber como é jogar em Espanha.Troqueiimpressões com o Cardinal mas é com o Pedro Cary que tenho falado mais. Será uma realidade completamente nova mas não vou a zeros.

O futsal era, a par do basquetebol, a única modalidade do Barcelona sem portugueses...

AC – É verdade! Quando saiu a notícia da minha transferência, uma das primeiras mensagens que recebi foi do João Rodrigues, que me disse que estaria lá para ajudar. Estive atento ao Luís Frade no Europeu de andebol, por exemplo, esteve brilhante. De certeza que vou ver os jogos deles.

Tinha mais um ano de contrato com o Benfica. Saiu no momento certo?

AC – Sim! A primeira época no Benfica não correu ao nível que pretendia, apesar de ter estado bem. Na segunda já joguei a um nível mais elevado e senti-me pronto para dar este passo. Estava preparado física e psicologicamente. O Barcelona veio no momento certo, estou na idade certa e com maturidade para emigrar.

Além do André Coelho, o Benfica perdeu ainda Bruno Coelho, Chaguinha, Fernandinho... A equipa fica mais fragilizada?

AC – Não creio, até porque os reforços são de enorme qualidade. O Benfica foi buscar o Nilson para a minha posição. É um jogador fantástico, campeão europeu, e já devia estar num clube grande há muito tempo. Vai voltar o Silvestre, que fez uma época fantástica no Eléctrico. É internacional sub-21 e em pouco tempo estará na Seleção A. O Afonso Jesus jogou pouco na última época mas creio que este ano terá muita influência. O plantel será poderosíssimo

e o Benfica vai continuar a lutar por todos os títulos.

Além dos jogadores que referiu, o Benfica contratou ainda Arthur e Chishkala.

AC – Têm muita qualidade! Joguei contra o Arthur pela Seleção Nacional e pelo Benfica e vai trazer muita qualidade ao plantel. O Chishkala também, defrontei-o umas cinco ou seis vezes. É das maiores promessas da Rússia e um jogador fantástico.