DRAGÃO DEITOU A MURALHA ABAIXO
Média de golos sofridos disparou depois da visita ao FC Porto. Apenas quatro jogos em branco
À 20.ª JORNADA DA LIGA
O Benfica entrou a todo o gás esta temporada, com a vitória (5-0) frente ao Sporting na Supertaça, embalando para uma primeira volta quase perfeita. No entanto, tudo mudou no Estádio do Dragão, a 8 de fevereiro passado. A média de golos sofridos e a frequência com que Vlachodimos foi batido dispararam.
Com uma vitória, por 3-2, na 20ª jornada, os dragões deitaram abaixo a muralha que vinha a ser uma das bases do sucesso encarnado. A equipa então comandada por Bruno Lage chegou a esta partida com 28 golos sofridos nas 34 partidas realizadas em todas as competições, sendo que em 17 dessas deixou a sua baliza inviolada. Apresentava uma média de 0,82 golos sofridos por partida.
Nessa jornada, as águias viram esfumar-se a possibilidade de aumentar para 10 pontos a vantagem sobre os dragões, mas, pior do que isso, tornaram-se uma equipa frágil defensivamente e os golos sofridos mostram exatamente isso. Nota-se logo pelo facto de as águias não terem sofrido em apenas quatro partidas (21% do total). Do encontro da 20ª jornada à final da Taça do passado sábado,
DOS 54 GOLOS SOFRIDOS, 17 FORAM NA SEQUÊNCIA DE BOLAS PARADAS. PORTISTAS SOUBERAM APROVEITAR
o Benfica sofreu 26 golos e entregou de mão beijada o título de campeão nacional ao FC Porto. Estes golos sofridos traduziram-se em... pontos perdidos e eliminações. Na Liga Europa,
os encarnados sofreram cinco do Shakhtar Donetsk, nos 16 avos-de-final, e ficaram fora da prova, sendo que no campeonato apenas somaram 23 pontos em 42 possíveis. Ao invés, o FC Porto apenas perdeu 10 pontos.
Pesadelo
O principal calcanhar de Aquiles nesta temporada foram as bolas paradas. Sempre que os encarnados enfrentavam um canto ou um livre, os benfiquistas tremeram. Ao todo, as águias sofreram 17 golos no seguimento de bolas paradas, sendo que 10 foram consentidos na Liga. Focando a análise apenas na prova de regularidade, com 38 por cento dos golos sofridos desta forma, o Benfica fica um ponto percentual acima da média, sendo que nove equipas terminaram com percentagens superiores, inclusive o Sporting. Quem aproveitou bem esta fragilidade dos encarnados foi o FC Porto, que tinha nos esquemas táticos uma das principais armas. Quatro dos sete golos que marcou ao Benfica nos três jogos aconteceram na sequência de lances de bola parada, dois dos quais em Coimbra, anteontem.*