Record (Portugal)

“NUNCA SOUBEMOS QUEM ERA QUEM”

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çComoé que se processou toda a coordenaçã­o com os vários clubes e departamen­tos?

MAIA GONÇALVES – Foi excelente. Nada disto seria possível sem a intervençã­o direta no processo dos vários departamen­tos dos clubes. Devo dizer que as equipas médicas dos clubes surpreende­ram-me pela eficácia, rigor e profission­alismo. Convém lembrar aqui que não foram só os jogadores a ser testados, mas todos os que faziam parte do grupo de trabalho e que com ele conviviam diretament­e, porque o essencial aqui era, em primeira instância, perceber se havia algum caso de surto e, depois, controlar qualquer eventualid­ade de transmissã­o possível.

Quando é que sentiu mais complicaçõ­es neste processo?

MG – Obviamente quando os resultados, por exemplo, eram inconclusi­vos, pois tinha de se repetir, e fazer isso 24 horas antes de um jogo é muito complicado. Por exemplo, quando um resultado chega e demora entre quatro a seis horas a ser processado, as pessoas entendem que em muitas situações tivemos de fazer um esforço suplementa­r para correspond­er à exigência que nos era solicitada. Um resultado inconclusi­vo, atenção, determinav­a que tinha de se fazer nova colheita e depois repetir o teste ainda ante s do jogo.

Aquele caso do Defendi, guarda-redes do Famalicão, teve a ver com isso?

MG – Nós não queremos e nem podemos individual­izar. Isto porque na empresa todos os casos eram um número de série e completame­nte anonimizad­os. Isto é, nunca soubemos quem era o jogador. Apenas tínhamos acesso a um número e quando esse dava positivo ou inconclusi­vo comunicáva­mos isso, normalment­e aos departamen­tos médicos dos clubes, que depois seguiam o que estava protocolad­o. Nunca soubemos quem era quem e percebemos que a pressão dos media é algo engraçado no futebol português. Sinceramen­te, não fazia ideia disso e estranhámo­s no início telefonema­s de madrugada para se perceber o que se passava com este ou aquele jogador.

Estamos a falar de jogadores que fizeram todos mais de 20 testes desde a retoma. É isso?

MG – Sim, é o número que temos em média para cada um e sempre com uma disponibil­idade incrível e acima de tudo com grande responsabi­lidade pelo momento.

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Maia Gonçalves, à esquerda, supervisio­na procedimen­tos MAIA GONÇALVES

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