OS MILHÕES DE JESUS
ASSINA CONTRATO POR DOIS ANOS E TEM PRÉMIOS CHORUDOS
Jorge Jesus apresentou-se ontem aos benfiquistas “com a mesma vontade e convicção” com que chegou há 11 anos. Como em 17 de junho dc 2009, na altura também antes de eleições, o treinador não se poupou nas palavras e nas promessas, com um discurso aglutinador. “Vamos fazer uma grande equipa, vamos arrasar.”
Com um contrato de dois anos de duração (até 2022), o amadorense foi confrontado com as palavras que proferiu em 2009, quando prometeu que os jogadores iriam jogar o dobro. Desta vez, depois de uma temporada marcada pela perda do campeonato e da Taça de Portugal para o FC Porto, elevou a fasquia. “Se o Benfica não jogar o dobro, voltamos a não ganhar. Temos condições para fazer uma equipa muito grande. Com o elenco que teremos não vamos jogar o dobro, vamos jogar o triplo”, atirou. As palavras de Jesus contagiaram quem o ouviu, inclusive Luís Filipe Vieira. Enquanto cumprimentava alguns convidados, o presidente dos encarnados deixava escapar, sorridente: “Vamos arrasar, hein?”
Emoção
Mais de cinco anos depois de ter saído para o Sporting, Jesus foi apresentado com pompa e circunstância, no sintético anexo ao simulador 360º, no Benfica Campus. Além do cenário, onde se lia “Bem-vindo Jorge Jesus” e eram exibidas imagens dos melhores momentos da sua primeira passagem pelo clube (não faltou uma onde se via agora treinador dos leões, Rúben Amorim), estavam expostos os dez troféus que conquistou. E havia referências às duas finais da Liga Europa perdidas, em 2013 e 2014.
O treinador, de 66 anos, falou do Flamengo, emocionando-se quando agradeceu, do “fundo do coração”, a forma como foi tratado no campeão brasileiro e sul-americano. Com o Mengão sempre presente, recorreu a duas expressões bem brasileiras: ‘torcedores’ e ‘elenco’. “Só um clube me podia tirar do Brasil. Gosto de desafios difíceis. Para sair de onde saí, onde me amavam, era preciso um novo desafio. E foi isso. O presidente foi ao Brasil convencer-me de que este era o projeto certo.”
Sobre o Sporting, nem uma palavra. No entanto, quando confrontado com as críticas dos adeptos que não esquecem a sua saída para Alvalade, referiu: “Só posso prometer o meu trabalho e não estou a chegar como há 11 anos, mas sim com muitos títulos que muitos ajudaram a ganhar. [...] Não sou o mesmo que saiu do Benfica. Sou agora muito mais treinador. Não sou de nenhuma equipa. Ponham isso na cabeça. Trabalho nas equipas com paixão e morro por elas. Acredito que vou dar alegrias. Quando saí do Fla, choraram. É o que vou tentar fazer agora novamente.”
PALAVRAS CONTAGIARAM ATÉ VIEIRA. “VAMOS ARRASAR, HEIN?”, DIZIA, ENQUANTO CUMPRIMENTAVA CONVIDADOS