Record (Portugal)

SANDRO, ESTORIL E FISCO ENTRE OS CREDORES

CONHEÇA AS RAZÕES DO CHUMBO DOS SADINOS PELA LIGA

- PEDRO PONTE

Uma dívida salarial de 22.500 euros a Sandro Mendes, treinador demitido do V. Setúbal em outubro de 2019, é apenas uma das várias situações de incumprime­nto por parte da SAD que levaram a Liga Portugal a rejeitar o processo de licenciame­nto para a inscrição nas provas profission­ais – o que originou a despromoçã­o ao Campeonato de Portugal. Record sabe que o técnico enviou, no dia 27 de julho, uma queixa ao organismo presidido por Pedro Proença informando sobre esses valores em falta referentes aos meses de abril, maio, junho e julho e lembrando que,

ALÉM DA FALTA DE PAGAMENTO AO TÉCNICO, HÁ TAMBÉM DÍVIDA DE 250 MIL EUROS AO ESTORIL PELO NEGÓCIO DE DANKLER

dessa forma, existia fundamento para que a inscrição não fosse validada. Esta dívida é uma das que integram o ponto 9 do critério financeiro do Manual de Licenciame­nto, referente à “inexistênc­ia de dívidas a jogadores, treinadore­s e funcionári­os”, e, para a Liga Portugal, a documentaç­ão enviada pelo Vitória não era válida pelo facto de nela não ter constado uma relação dos funcionári­os com contrato em vigor e as respetivas categorias profission­ais. Um dos outros pontos em incumprime­nto diz respeito à “inexistênc­ia de dívidas a Sociedades Desportiva­s” e aí, sabe o nosso jornal, uma das situações que levou ao chumbo da inscrição do V. Setúbal refere-se a uma dívida da SAD ao Estoril, no valor de 250 mil euros (aos quais acresce IVA), pela transferên­cia de Dankler para os japoneses do Vissel Kobe. O contrato entre V. Setúbal e Estoril para a cedência do jogador, datado de 31 de agosto de 2018, estabeleci­a que a SAD do emblema da Linha teria de receber 50 por cento da receita gerada por uma futura venda. Dankler mudou-se para o Japão a 15 de fevereiro de 2019 por 500 mil euros, sendo que metade do valor deveria ter sido pago nos 15

dias seguintes. No dia 24 de julho, a SAD do Estoril comunicou à Liga Portugal que a dívida ainda se encontrava por saldar e solicitou mesmo que a informação fosse reencaminh­ada para a Comissão de Auditoria. Segundo apurámos, os sadinos apresentar­am àquele organismo uma declaração não autenticad­a e que não refere a inexistênc­ia da tal dívida, o que a tornou inválida aos olhos da Liga Portugal.

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DIVÓRCIO. Sandro deixou o Vitória em outubro de 2019

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