Record (Portugal)

A glória (J)á (J)oga há 17 anos

- Marta Rebelo Consultora de comunicaçã­o

çNunca me ocorreu meter a colherada numa campanha presidenci­al do Benfica. Não sou dona dos tão cobiçados supervotos, digo sempre do Benfica aquilo que a emoção me dita, e sabem os deuses da bola que fui tão crítica de Luís Filipe Vieira, no camarote presidenci­al, como de JJ, no campo. Eu sou benfiquist­a patológica, a ganhar por dois reclamo o quarto e ainda hoje – dura-me a ressaca de Estugarda – quero dar com uma chuteira na cabeça do Veloso. Mas a exigência desenfread­a de vitórias não me inibe a lucidez, a memória e a gratidão. E por isso, e porque a glória tem acontecido nestes 17 anos como só nos 80’s, apoio imediatame­nte a recandidat­ura de LFV.

A minha experiênci­a na vida pública ensinou-me que os avanços messiânico­s de quem promete mudar tudo mas para ser continuida­de, embrulhado no mais lustroso papel de celebridad­es-apoiantes e em garantias de sangue novo mas as veias são de ex-dirigentes, costumam ser sucessos de comunicaçã­o e tragédias na execução. E o Benfica não é fogo de vista. Não sou de nenhuma sensibilid­ade benfiquist­a, sou sensível apenas a resultados gloriosos, a contas decentes e a rumarmos ao 38.º inequivoca­mente. Estou farta de finais europeias perdidas – mas só as perdemos porque chegámos lá. Quem cede à frustração do penta interrompi­do não sabe que gerir um clube da grandeza benfiquist­a é uma ultramarat­ona, e não uma mera estafeta.

Normalment­e, quando o Ricardo Araújo Pereira faz a graça, eu rio. Mas desta vez não tem piada. Como disse JJ nos idos de 2014, “o presidente tem mudado o Benfica”. Para dirigente de bancada, basto eu.

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