Noronha quer inversão da política desportiva
ç João Noronha Lopes, candidato à presidência do Benfica, considera que o clube está neste momento na 2ª divisão europeia e entende que, para dar o salto, será necessário um nivelamento das receitas na Europa. Caso seja eleito, o gestor promete liderar um grupo de trabalho na UEFA, promovendo uma redistribuição mais equitativa, mas sublinha ainda que a gestão desportiva também terá de mudar. Ao ‘Expresso’, Noronha deixa reparos à atual gestão e projeta uma mudança. “Nos últimos três anos e meio, as receitas da venda de jogadores totalizaram quase 430 M€. Nesse mesmo período, foram comprados cerca de 40 jogadores. No entanto, apenas 13% se tornaram titulares recorrentes, foram investidos 16 M€ em atletas que nunca foram titulares e outros 34 M€ em profissionais que não foram titulares em mais de 20% dos jogos. Esta ausência de critério nas contratações coexiste com uma debandada de jogadores, sem que se encontrem substitutos à altura”, analisou. “O Benfica tem de saber formar, comprar e vender, com o sucesso desportivo como objetivo e a sustentabilidade financeira como um meio para atingir esse fim. O que se está a passar hoje, num contexto de grande incerteza económica, contraria o que foi anunciado há dois meses e é, no mínimo, incoerente. Necessitamos de aumentar as receitas operacionais para nos aproximarmos dos nossos rivais europeus (potenciando, por exemplo, o alcance global da marca Benfica, matéria em que a margem para a inovação é significativa), mas precisamos de muito mais critério e transparência na política desportiva. É essencial não nos resignarmos à 2ª divisão”, vincou também o candidato. Noronha entende que “a figura do diretor desportivo” é essencial para a estratégia. “É este que pode garantir a identidade do Benfica para além do ciclo de um treinador.”
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