Record (Portugal)

Depois de mim Dani foi grande

- PAULO FUTRE ANTÓNIO ANTUNES, LOURES

çSenti algum ‘desencanto’ quando referiste que algumas supostas estrelas não se dignaram a perder uns segundos para fazer um vídeo de apoio à nobre causa ‘Futebol para a Vida’. Quem se acham eles? Só consigo sentir pena... MÁRIO MAGALHÃES, VILA NOVA DE GAIA

O Ibra, o Paulinho e o Hugo Machado foram os três enormes campeões – jogadores do Campeonato de Portugal – que criaram a campanha solidária ‘Futebol para a Vida’ para ajudar os seus companheir­os, alguns treinadore­s, roupeiros e até um diretor desportivo e as suas famílias, que estavam a passar por dificuldad­es extremas. Estes três heróis ajudaram centenas de pessoas. Mário, ao ver a tua questão voltei a ficar muito triste porque continuo a não entender porque não fizeram um vídeo de 20 segundos com a ideia de ajudar companheir­os de profissão, muitos que estavam desesperad­os, a precisar de alimentos. A resposta à tua pergunta sei eu, mas também os dois mil jogadores do Campeonato de Portugal. Dói-me tanto este tema que nunca falarei em nomes e muito menos publicamen­te. Morrerá dentro de mim.

+ Gaitán, Vertonghen e Javi García. O que podemos esperar destes (e outros) experiente­s jogadores que estão a chegar à nossa Liga? Trazem valor ou... reformas antecipada­s? JOÃO SOUSA, ALBUFEIRA

Vejamos alguns exemplos desta última temporada, em vários campeonato­s. Pepe, com 37 anos, na minha opinião foi o melhor central da Liga portuguesa. Dzeko, da Roma, continua a ser um grande goleador, aos 34 anos, tal como Vardy no Leicester, pois marcou 25 golos e tem 33 anos. Karim Benzema faz 33 anos em dezembro e conseguiu a melhor temporada da sua carreira no Real Madrid. Thiago Silva, do PSG, joga esta noite a final da Champions League, um mês antes de fazer 36 anos. Cito estes para não falar dos fora de série Messi e Cristiano Ronaldo que, com 33 e 35 anos, respetivam­ente, continuam a ser os melhores. Po

dia dar muitos mais exemplos. O Mundo mudou em muitas coisas e até o futebol, neste aspeto, está diferente, porque no meu tempo, com 30 anos, estavas velho e acabado e agora, com 35, parecem meninos de 25. Hoje, João, pela forma como se cuidam, pela preparação física e alimentaçã­o, os futebolist­as duram mais tempo. Os que tu referes vão estar em grande nível.

+ O que esperas da final da Champions? Quem vai ganhar? JOSÉ MIGUEL ALVES, BARREIRO

A semana passada, antes das

‘meias’, neste mesmo espaço, escrevi isto: “Já vimos que tudo pode acontecer, mas acho que este PSG, depois de passar pela primeira vez as meias-finais, vai jogar com menos pressão e com toda a confiança. Se os outros nove grandes jogadores estiverem no seu melhor dia, se não cometem erros defensivos, com os génios Neymar e Mbappé em campo, podem ganhar o jogo em qualquer momento, como aconteceu com a Atalanta. Para mim não será nenhuma surpresa se o PSG ganhar esta Champions”. Por esta razão José, o meu palpite para esta noite continua a ser o mesmo. + Não vai haver Bola de Ouro este ano, mas se houvesse seria para quem?

Depois dos escândalos das votações ‘fantasma’, para mim é indiferent­e se há ou não. A bem da credibilid­ade do futebol e pelo máximo respeito aos melhores jogadores importa dar transparên­cia às galas. Gostaria que as votações fossem algo parecidas com as do Festival da Canção, onde jornalista­s, treinadore­s e capitães de cada seleção votariam em direto. Só com algo assim, transparen­te, se pode acabar com truques, armadilhas, injustiças e fantasmas. Fantasmas como o ilustre Abdou Boina. Não é um espírito qualquer: é um fantasma com capacidade de votar na Bola de Ouro que ganhou Luka Modric. O tal senhor Boina, das Comores, estava na lista da ‘France Football’ como se trabalhass­e em albaladcom­ores.com. E como é normal, os jornalista­s imaginário­s trabalham em jornais imaginário­s. Há muitos anos que a publicação fechou. E melhor ainda: ninguém que trabalhou lá ouviu falar do suposto repórter. Além disso, nem sequer é a bandeira das Comores que aparece na revista. É um modelo que mudou há 17 anos! E este não é o único fenómeno paranormal que aconteceu nas votações. Por exemplo, Lasana Tiburd, jornalista de Trindade e Tobago, disse que as suas votações estavam erradas, porque colocaram a ordem dos votos de forma incorreta. Não quero nem pensar quantos ‘Abdous Boinas’ acontecera­m ao longo dos anos. Basta recordar o meu próprio caso. Gullit era um fenómeno, mas não estava entre os favoritos para ganhar a Bola de Ouro. Na época 1986/87 ele só ganhou a liga holandesa com o PSV, mas foi contratado pelo poderoso AC Milan de Berlusconi. Na mesma época, quem escreve esta linhas foi campeão da Europa pelo FC Porto e era o grande favorito para meio mundo. Bastava estar bem até novembro da época seguinte e a Bola de Ouro vinha para Portugal. Na época anterior à minha chegada ao Atlético Madrid tinha ficado em oitavo. Depois de dez jornadas da época 1987/88, no momento das votações, o Atlético estava em 2.º comigo na equipa, tal como o Milan em Itália. A nível individual, na 6.ª jornada, no mítico Camp Nou, ganhámos 2-1 ao Barcelona e fui o melhor em campo. E na ronda dez foi o histórico 4-0 contra o Real Madrid, no Bernabéu, onde marquei um golo e fiz duas assistênci­as. Foi o dia em que passei a ser o inimigo público número 1 para os merengues. Até eles, o eterno rival que me odiava naquela noite, me tinham dado a Bola de Ouro. António: quantos ‘fantasmas’ terão votado para que o campeão da liga holandesa ganhasse a Bola de Ouro ao campeão da Europa?

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