Record (Portugal)

“O Atlético de Madrid não foi a melhor escolha”

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ç Em 2016, saiu do Benfica e assinou pelo At. Madrid. No entanto, acabou por sair ao fim de uma temporada e meia. As coisas correram como esperava, por Espanha?

G – Não, claramente não correu como esperava. As coisas não correram bem. Mas, com o tempo, percebi que essa não foi a melhor escolha. Nunca cheguei sequer a jogar três jogos seguidos. E se um jogador não chega a jogar três jogos seguidos… Talvez o míster não achasse que eu estava à altura ou não me queria pôr a jogar por outra razão, pela forma de jogar ou assim. Depois disso, durante muito tempo estive a debater-me comigo próprio, mas com o tempo acabei por perceber que, se nunca joguei três jogos seguidos, nunca deu para perceber se eu conseguia jogar ali ou não. Os jogadores têm de jogar e precisam de dez jogos, no mínimo, para saber se dá ou não. Até pode acontecer um jogador jogar dez minutos e fazer dois golos, jogar outra vez mais dez minutos e fazer outra vez mais dois golos, mas para se saber se esse jogador pode ser importante na equipa ou não e se pode ajudar ou não, é preciso que tenha tempo de jogo. No At. Madrid isso não aconteceu e foi uma pena. Não resultou por não jogar. Seja como for, a verdade é que tínhamos um grupo de trabalho muito bom, muito forte, com muita gente boa, com muitos uruguaios, muitos argentinos, e fui feliz no At. Madrid, mesmo tendo jogado pouco.

+ É por aí que poderia ter sido tudo diferente? Caso tivesse tido essa regularida­de que diz que lhe faltou?

G – Eu acho que sim. Não me consegui adaptar, porque uma coisa é treinar e outra é jogar. Não jogar tornou difícil a minha adaptação. Jogar dez ou 15 minutos, para a minha forma de jogar, não resultava. Havia quem conseguiss­e revolucion­ar tudo em 15 minutos, mas eu precisava de mais tempo, precisava de assumir o jogo. Foi por aí.

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DISPONÍVEL. Gaitán abriu o livro sobre a carreira

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