BAYERN COMPLETA CICLO DE SONHO
Foram 11 contra 11 e no fim ganharam... os melhores. O gigante acordou ao intervalo
GOLO SOLITÁRIO DE COMAN VALE ‘TRIPLETE’ ALEMÃES GANHARAM OS 11 JOGOS REALIZADOS NA PROVA
çOs jogos quando acabam passam a ser o seu resultado, e pouco mais. Por isso, se nos limitássemos a dizer que o Bayern Munique venceu o PSG por 1-0 no Estádio da Luz e conquistou a 6ª Taça/Liga dos Campeões da sua história, dentro de um par de anos ninguém levaria a mal. O problema é que, convenhamos, ficaria muito por contar. Tanto dos 90 minutos como do contexto. Faça-se, pois, justiça aos factos.
E podemos começar pelo feito inédito conseguido por este Bayern, do discretíssimo Hans-Dieter Flick, naquela que foi a época mais longa do futebol moderno, e que terminou (finalmente!) ontem, 23 de agosto: passa a ser a primeira equipa de sempre a ganhar a prova, no formato atual, só com vitórias, 11 em 11 jogos, com 43 golos marcados e oito sofridos (tantos como fez ao Barcelona no inacreditável 8-2 dos quartos-de-final).
Por tudo o que estava para trás em 2019/20 – os alemães chegavam ao jogo com 20 vitórias seguidas! – eram poucos os que apostavam num desfecho diferente. Mas, passando ao encontro propriamente dito, o facto é que os primeiros 45 minutos mostraram um PSG bem capaz de bater o pé ao Bayern e vencer a competição logo na primeira presença na final. Neymar, o craque eternamente adiado, teve nos pés a primeira grande oportunidade (18’); Di María finalizou mal um contra-ataque perfeito (vale a pena rever a jogada aos 23’); Ander Herrera tirou tinta ao poste com a ajuda de Goretzka (29’); e Mbappé (45’) colocou um... fósforo na mão de Neuer quando podia ter disparado um canhão.
Pois bem. O Bayern, do alto do seu pragmatismo, não só aguentou os fogachos contrários, como foi avisando ao que vinha: Lewandowski atirou ao poste (22’) e assinou um enorme gesto técnico de cabeça (31’); Coman terminou a reclamar penálti de Kehrer já nos descontos.
Ora, quem avisa... amigo é e, após o intervalo, o gigante báva
EQUIPA DE HANS-DIETER FLICK É A PRIMEIRA A CONQUISTAR A CHAMPIONS SÓ COM VITÓRIAS DO PRIMEIRO AO ÚLTIMO JOGO
ro acordou em definitivo. Não para criar ocasiões atrás de ocasiões mas para fazer aquilo que as grandes equipas sabem fazer: ganhar jogos, em especial finais. Foi engenharia alemã (traduzida em assaltos cirúrgicos à área do PSG) com motor francês (na figura de Kingsley Coman, o ‘miúdo’ formado no PSG e que, aos 24 anos, já ganhou quase tudo o que há para ganhar). Um golo de... cabeça ao segundo poste, aos 59 minutos, em resposta a cruzamento de Kimmich, abriu o caminho. Daí para a frente... foi o peso da experiência a ditar leis. E Choupo-Moting (90’+2) desta vez não fez a sua magia.
*