ORGULHO DE PORTUGAL
“Obrigado a todos os que acreditam em mim”
ç Miguel Oliveira, o miúdo que na infância pediu ao pai para lhe dar um moto com o sonho de um dia ser o melhor piloto do Mundo, fez ontem história ao tornar-se, aos 25 anos, o primeiro piloto português a vencer uma corrida de MotoGP, a classe rainha do Mundial de velocidade.
A pilotar uma KTM Tech3, equipa privada francesa que em 20 anos de Mundial (grande parte deles em parceira com a Yamaha) nunca tinha vencido uma prova, Oliveira triunfou no Grande Prémio da Estíria, região da Áustria onde fica o Red Bull Ring, a casa da KTM.
E a primeira vitória do Falcão – e de Portugal – em MotoGP não poderia ter sido mais épica, com o piloto de Almada a ultrapassar não um, mas dois pilotos (Jack Miller e Pol Espargaró) na última curva, num dos finais de corrida mais espetaculares de que há memória num Mundial em ano de coronavírus que, apesar de não contar com público (até agora), tem sido espetacular. Ontem, a corrida voltou a ser imprevisível e atribulada, com uma bandeira vermelha a obrigar a uma segunda partida a 12 voltas do fim por causa de uma queda feia de Maverick Viñales, por perda de travões. Miguel voltou a sair em 7º na grelha – como de início – mas trocou o pneu dianteiro e mostrou-se mais rápido do que nunca. Depois de seis vitórias em Moto3 e outras tantas em Moto2 – já então inéditas para o motociclismo português –, Oliveira chegou à sua primeira na classe rainha com apenas 20 Grandes Prémios disputados numa categoria em que só está há ano e meio e numa moto que, apesar do investimento milionário dos últimos anos, praticamente não tem contado na luta pelos primeiprimeiros lugares nos últimos anos.
Bandeira e emoção
Depois de se agarrar à bandeira portuguesa e fazer soar o hino nacional pela primeira vez em MotoGP, Miguel Oliveira não se esqueceu de quem é, para ele, realmente importante. “Obrigado a todos os que acreditam em mim. São muitos aqueles que passam pela minha cabeça neste momento. Todos os portugueses. Somos os melhores. Isto é histórico, para mim, para o meu país. E não poderia estar mais orgulhoso por fazê-lo aqui.”
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