Record (Portugal)

“Quero ser campeão do Mundo”

MIGUEL OLIVEIRA VOLTA A PORTUGAL APÓS VITÓRIA HISTÓRICA

- JOSÉ MORGADO

Miguel Oliveira, que no domingo entrou para a história do desporto português ao tornar-se no primeiro piloto luso a ganhar um Grande Prémio de MotoGP, a classe rainha do Mundial de velocidade, regressou ontem a Portugal de sorriso aberto no rosto, mas sem a receção apoteótica que gostaria de ter tido e que os seus fãs estavam prontos para lhe dar. Nas horas que se seguiram à vitória do português, de 25 anos, no GP Estíria, multiplica­ram-se os eventos de Facebook entre os seus fãs para receber o Falcão no Aeroporto Humberto Delgado, mas cedo se percebeu que seria uma péssima ideia, tendo em conta os tempos que vivemos. “A receção poderia ter sido vivida de outra forma se não estivéssem­os nesta situação, mas o mais responsáve­l foi apelar aos fãs para que não viessem. Eu não posso correr o risco de contrair o vírus, porque depois nem sequer poderia entrar no paddock. As medidas do MotoGP têm sido fantástica­s e exemplo para todos”, lembrou.

Oliveira não escondeu que as 24 horas que se seguiram ao triunfo foram uma verdadeira loucura. “Tem sido inexplicáv­el o sentimento de gratidão que eu tenho por tantas mensagens, tanto apoio, tantos comentário­s. Consegui dormir. Inicialmen­te parecia um sonho, mas estou bem acordado a vivê-lo.” Oliveira explicou ainda o que sentiu nos momentos seguintes a cortar a meta e assumiu que não esperava já uma vitória na classe rainha. “Tudo aquilo foi muito rápido e ver-me a chegar sem ninguém à minha frente à bandeira de xadrez é uma explosão de adrenalina imensa. Foi das vitórias que mais emoção me deu. Eu esperava primeiro um pódio e depois uma vitória. Mas tudo co-começameça porpor acreditar.” Miguel revelou que quase todos os pilotos do paddock ficaram contentes por vê-lo vencer, “tirando um ou dois”, e não escondeu o orgulho por oferecer a primeira vitória em MotoGP ao histórico Hervé Poncharal, francês dono da Tech 3 que é uma das figuras carismátic­as do Mundial. “A minha equipa tem um historial incrível, com imensas lendas que já passaram por lá. Ser eu a dar esta vitória à equipa e ao Hervé é muito especial – GP 900 e o número 150 da minha carreira. Fez-se história em muitos aspetos”, lembrou o piloto de Almada, emocionado. *

PILOTO DA KTM TECH3 APELOU AOS FÃS PARA NÃO FAZEREM AJUNTAMENT­OS NA CHEGADA AO AEROPORTO DE LISBOA

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