“Reintegração não será pela qualidade”
Vai reintegrar os árbitros – Gonçalo Martins e Jorge Oliveira – que estão a vencer processos na Justiça por causa das descidas?
JFG – O modelo de avaliação imposto há quatro anos por este CA leva a que os árbitros que estejam menos bem nessa época desçam de categoria. Foi o caso desses dois árbitros nessa época. No caso de Gonçalo Martins, isso também aconteceu no Campeonato de Portugal, onde também não mostrou qualidade. Isso deve ser aquilo que deve nortear os árbitros, para que tenhamos uma arbitragem boa de primeira categoria. Aquilo que for uma decisão administrativa de um tribunal terá de ser acatada pelo CA. Isso não quer dizer que a decisão do tribunal seja pela qualidade dos árbitros, mas sim por uma questão administrativa.
Serão nomeados para jogos, como qualquer outro árbitro? Sabendo que, segundo o CA, não mostraram qualidade para estar nesse lote?
JFG – O tratamento será igual ao de todos os árbitros, serão avaliados todas as semanas. Se tiverem qualidade para estar presente nos jogos seguintes, estarão.
Neste processo, houve decisões sucessivas de tribunais que declaram ilegais os critérios de classificação daquela temporada. Isto não afeta a credibilidade do CA?
JFG – Foi um processo claro e transparente para todos os árbitros, resultante da vontade de todos. O modelo avaliativo resulta de uma vontade comum: do CA e dos próprios árbitros. Todos entendemos que aquele é o melhor processo. Na altura, concordámos que não haveria classificação exterior durante a época.
Mas os critérios não foram divulgados.
JFG – Não foram porque os árbitros não quiseram e assinaram uma declaração a dizer que não queriam. Depois disso não tivemos mais nenhuma reclamação, porque não puderam pegar em questões administrativas. Essa é a única questão: a publicação dos critérios de avaliação, sendo que esses critérios eram conhecidos pelos árbitros.
Não teme que, perante decisões assim de um tribunal, fique a sensação de que há um ‘arranjinho’ para escolher os árbitros que ficam e que descem?
JFG – Pode pensar isso quem não conhecer o processo. A avaliação foi exatamente igual durante os quatro anos, a única diferença foi que dessa vez não publicámos a classificação nem as normas de classificação para o exterior no início. Porque, e isto é bom que fique claro, os árbitros não quiseram, assinando uma declaração. Nessa altura, o que árbitros não queriam era que existisse classificação. Fizemos uma avaliação interna.
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