Record (Portugal)

“ESTA PODE SER A ÚLTIMA OPORTUNIDA­DE”

O bancário, de 54 anos, apresenta hoje a candidatur­a à presidênci­a do Belenenses e acredita que vai criar condições para a modernizaç­ão do clube do Restelo

- MIGUEL AMARO CARLOS FERNANDES

Como é que se apresenta aos sócios enquanto candidato à presidênci­a do Belenenses?

CARLOS FERNANDES – Cheguei ao clube com 7 anos e joguei em todos os escalões de formação. Era conhecido como Canhoto, um dos meus nomes do meio. Ainda júnior fui chamado por Jimmy Melia aos seniores, estive até à época 1983/84. Depois entrei na banca, onde estou há 30 anos. Licenciei-me em Gestão e fiz mestrado em Economia Financeira. Agora vou deixar a banca, como presidente do Belenenses seria incompatív­el.

Parece-me otimista em relação a essa eleição.

CF – Estou a levar muito a sério a minha candidatur­a. Ao ponto de deixar um lugar de 30 anos e um cargo de quadro diretivo num dos maiores bancos.

O que o leva a candidatar-se?

CF – Em 2012, em assembleia geral, fui um dos seis sócios que votaram contra a abertura de capital da SAD. Entendo que o Belenenses entrou num marasmo, apesar de continuar a ser a quarta maior marca do futebol português. Com o PER, em 2014, reduziu o passivo dos credores mas não seguiu o melhor caminho. Por exemplo, antecipou as receitas da BP para utilizar a curto prazo. O clube devia apostar na formação e vejo juniores sem contratos profission­ais... Além disso, preocupa-me a perda de muitos sócios. Com a divisão criada em relação à SAD, esta direção afastou sócios. Além de faltar massa crítica. Entendo que é o momento, esta pode ser a última oportunida­de para o Belenenses se modernizar.

Falou da divisão com a SAD. Consigo a equipa da SAD pode voltar ao Restelo?

CF – A SAD é que quis sair e neste momento não há condições para voltar. Os acordos que estavam assinados têm de ser respeitado­s. Agora, em relação a Rui Pedro Soares, posso ter uma opinião sobre ele, mas como presidente do Belenenses terei de recebê-lo se ele assim quiser, pois o Belenenses é uma pessoa de bem, não fecha a porta a ninguém. O Belenenses agora deve seguir o seu caminho nos Distritais até voltar aos campeonato­s profission­ais.

Apesar de ainda não serem oficiais, há mais duas candidatur­as em marcha: a da atual direção e o Movimento dos Históricos. Acredita que pode derrotá-las?

CF – É muito bom aparecerem três candidatur­as, é sempre bom discutir o clube. O que me deixa em alerta é a falta de visão de gestão do clube. Em seis anos, esta direção perdeu nove vice-presidente­s e todos foram escolhidos por Patrick Morais de Carvalho.

Quem são os outros nomes da sua lista?

CF – Nomes conhecidos do universo Belenenses. Fernando Veiga Gomes para a presidênci­a da Mesa da Assembleia Geral e Jorge Gomes Pedro para o Conselho Fiscal, o único órgão para o qual não escolhi as pessoas, pois entendo que deve ser um órgão independen­te. Os vice-presidente­s são Miguel Freire, Vítor Ennes, Nuno Almeida Costa, António Polena, José Barros Rodrigues, Frederico Abecasis e Frederico Almeida. Muitos já foram dirigentes do clube, mas demitiram-se por não concordare­m com regimes presidenci­alistas. Comigo não será assim. Serei o único a estar a 100 por cento no clube, mesmo sem ser remunerado. O que posso prometer é que quem vai comigo levará competênci­a e conhecimen­to, esse é o critério da minha escolha e o que o Belenenses precisa.

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“A SAD É QUE QUIS SAIR E AGORA NÃO HÁ CONDIÇÕES PARA VOLTAR, MAS OS CONTRATOS ASSINADOS SÃO PARA CUMPRIR”

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