Record (Portugal)

“Erros diminuíram na época passada”

- JOSÉ FONTELAS GOMES SÉRGIO KRITHINAS

Na primeira entrevista após a reeleição, o presidente do Conselho de Arbitragem faz um balanço dos quatro anos já cumpridos e antecipa os quatro que aí vêm. Pelo meio, fala sobre todos os temas – mais ou menos polémicos – que têm marcado a vida do sector

Consegue prometer que haverá menos erros de arbitragem na próxima época?

José Fontelas Gomes – Prometo trabalho, empenho e profission­alismo da parte dos árbitros e do Conselho de Arbitragem (CA). Se possível, sem cometer erros.

Os clubes pagam centenas de milhares de euros em multas por causa de declaraçõe­s sobre arbitragem. As multas chegam? Ou os valores das multas, que se mantêm neste Regulament­o Disciplina­r, chegam?

JFG – Pelos vistos, tem havido uma continuida­de de críticas e de gente a falar mal da arbitragem. Aquilo que são críticas que nós entendemos que não são as mais corretas, enviamos ao Conselho de Disciplina (CD), seja de que clube for. Se as multas são suficiente­s ou não… se calhar tem de haver uma mudança de mentalidad­e para que não precisemos de ter multas. Aquilo com que podem contar da minha parte é a defesa da honra e seriedade do meu grupo de árbitros. Sempre que forem ultrapassa­dos os limites, enviaremos para o CD, tal como fizemos ao longo destes quatro anos – pelos vistos bem, porque mesmo chegando ao Supremo temos ganhado essas queixas.

Até que ponto é que os árbitros são condiciona­dos por críticas de clubes e adeptos?

JFG – No momento em que um árbitro ouve esse tipo de críticas, mexe com ele. É normal para todas as pessoas. Mas a partir do momento em que entra para um terreno de jogo – e sei que muita gente não acredita nisto –, um árbitro deixa de pensar no que passou essa semana. Ao entrar para dentro de campo, alheia-se de tudo o que está à volta.

Tem a certeza disso? O próprio CA faz a gestão das nomeações e evita colocar um árbitro num jogo em que esteja um clube que o tenha atacado recentemen­te.

JFG – Essa gestão não é assim tão linear. Houve ataques a árbitros e eles fizeram o jogo dessa equipa logo no fim de semana seguinte. Tudo depende do que é o momento do próprio árbitro, o que aconteceu no jogo anterior, o que está planeado para o futuro das nomeações… Às vezes, a proteção do árbitro é colocá-lo no jogo do clube que o atacou.

Como vê o fim de alguns programas televisivo­s de debate entre adeptos?

JFG – Pouco ou nada vejo desse tipo de programas. Gosto de ver programas que ajudam a construir. Tudo aquilo que seja para melhorar o ambiente do futebol português, em torno das equipas de arbitragem, é benéfico.

A última época foi globalment­e menos ruidosa em críticas aos árbitros do que a anterior. Houve menos erros?

JFG – O que se calhar ajudou à redução do ruído foi a pandemia, porque interrompe­u o campeonato numa fase decisiva. Em relação a dados, na altura certa iremos divulgar. Essa análise está feita, serve principalm­ente para a nossa melhoria, para o trabalho com os árbitros. Nunca me viram expor os erros ou as boas decisões…

Não lhe estou a perguntar quais foram os erros, apenas se o número total foi inferior ou superior.

JFG – Em relação à época passada, do nosso ponto de vista, houve uma diminuição de erros com interferên­cia no resultado. Aliás, a análise do Record [Liga da Verdade] tem menos jogos do que na época passada. Acabou por ser uma época positiva para a arbitragem.

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“EM RELAÇÃO À ÉPOCA PASSADA, HOUVE UMA DIMINUIÇÃO DE ERROS COM INTERFERÊN­CIA NO RESULTADO”

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