BONS TESTES
O Benfica de Jesus já mostra alguma nota artística. Falta manter a... consistência
ç Ao quinto exame da pré-temporada, o Benfica continua a vencer. Desta vez, frente a um Bournemouth recém-despromovido ao Championship, a equipa manteve a diferença na faturação pela margem mínima, apesar de até ter chegado a apresentar volume de jogo para mais festejos. Sem direito a goleada – até aqui, a águia nunca marcara menos de quatro, tendo até chegado aos cinco ante o Farense –, os encarnados já mostraram alguns rasgos de qualidade, principalmente na primeira metade, deixando claro que um dos (bons) problemas a resolver passa apenas por dilatar a consistência a esse nível. Taarabt e o reforço Cebolinha decidiram apoiados na classe de Pizzi, num encontro em que Jesus explanou várias nuances táticas.
O onze inicial ontem apresentado, exceção feita a Nuno Tavares e, eventualmente, Seferovic, pode bem servir de base para 2020/21. Jesus apostou num 4x4x2 que de forma recorrente se camuflou num 4x2x3x1. Afinal, Pizzi, Rafa e Cebolinha moviam-se num animado carrossel de trocas posicionais nas costas do suíço, enquanto Taarabt se ia também chegando às zonas de decisão. Com voracidade para uma pressão alta, o Benfica propôs-se ao que JJ terá pedido: futebol apoiado, com combinações simples mas rápidas, dinamismo ofensivo e ob
PELA PRIMEIRA VEZ NESTA PRÉ-ÉPOCA, A ÁGUIA NÃO GOLEOU MAS TEVE VOLUME PARA MAIOR FATURAÇÃO
jetividade. E logo aos 8’, não fosse António Nobre ter beneficiado o infrator ao não aplicar a lei da vantagem, Cebolinha teria inaugurado o marcador. O primeiro festejo acabou, todavia, por não tardar, com Taarabt a resolver à bomba um lance antes ganho por si na raça.
Patente ficou ainda alguma fragilidade nas transições defensivas logo a seguir, com o golo do Bournemouth a ser alcançado com muita facilidade. Cebolinha tratou de resolver pouco depois com um daqueles movimentos que motivaram Jesus a pedir a sua contratação e a águia continuou a deixar boas indicações perante um adversário que ia dando boa réplica.
E o intervalo tudo mudou...
Para a segunda metade, Jesus lançou Waldschmidt e Vinícius nos lugares de Pizzi e Seferovic, apostando num 4x4x2 mais clássico. Com os extremos mais amarrados aos flancos e o posterior refrescar do ‘miolo’ (com Florentino e Gabriel), o nível exibicional ressentiu-se de forma acentuada. A águia poucas vezes conseguiu ligar uma jogada de início ao fim e, sempre com menos velocidade, tornou-se também mais fácil de anular por um adversário que também mexeu muito, ajudando ao carregar do cinzento na etapa complementar.
*