ABASTECIMENTO ENVENENADO
Alaphilippe recebe bidon em zona proibida e é penalizado. Adam Yates veste a amarela
ç Numa etapa do Tour em que os ciclistas aproveitaram para relaxar, com triunfo ao sprint do belga Wout van Aert (Jumbo-Visma), o escândalo aconteceu com o francês Julian Alaphilippe (Deceuninck-Quick-Step). Em um inadvertido abastecimento, qual presente envenenado, o então líder da geral recebeu um bidon do auxiliar de equipa a 17 km da meta, quando os regulamentos dizem que nos últimos 20 km não se pode fazer. Após a chegada em pelotão, onde vinha Nelson Oliveira (Movistar), Alaphilippe foi penalizado em 20 segundos, desceu 15 lugares na geral e entregou de bandeja a camisola amarela ao britânico Adam Yates (Mitchelton-Scott). “Não sabia que tinha feito um erro, foi uma etapa longa, aborrecida, com final nervoso. Tivemos focados para manter a amarela. Mas vou levantar a cabeça e não se fala mais nisso”, disse Alaphilippe.
O ex-ciclista e atual diretor desportivo da Nippo-Delko, José Azevedo, acompanhou a etapa e explicou a Record o que poderá ter acontecido: “Provavelmente, o auxiliar não conseguiu dar o bidon em segurança a Alaphilippe antes dos últimos 20 km, porque poderia ter apanhado, por exemplo, uma descida rápida. Foi três quilómetros à frente, não se tratou de um benefício claro. Foi injusto, um castigo sem contemplações. A multa seria mais apropriada.” Adam Yates também não aprovou: “Ninguém gosta de vestir a camisola amarela desta maneira.”
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