Record (Portugal)

TESTE EM QUE SE NOTA MAIS ENTENDIMEN­TO

A 2.ª parte com alguns pormenores de interesse disfarçou primeira metade mais desinspira­da

- DAVID NOVO

ç “As vitórias dão-nos moral, mas o que interessa é quando começar o campeonato.” A observação de Nuno Santos no final do jogo é normal na pré-época, altura em que reforços como ele – ontem jogaram cinco de início no Sporting – se integram na dinâmica da equipa. Com mais ou menos tempo em conjunto, o entendimen­to que se ganha nos treinos e jogos acaba por vir ao de cima, até porque a linguagem do futebol é universal. Quando Wendel levantou a cabeça para cruzar, depois de um toque simples que tirou dois adversário­s de uma só vez, Feddal, que ficara na grande área após o pontapé de canto, fez-lhe sinal com o dedo para onde queria a bola. O brasileiro obedeceu e o resultado foi o golo de empate dos leões aos 71’. O golo da reviravolt­a surgiu de um penálti conquistad­o e convertido por Jovane, mas é importante destacar o que aconteceu antes. Durante quase um minuto, o Sporting circulou a bola entre vários jogadores e de um lado ao outro do campo – nem sempre a um ritmo elevado é certo – e, tirando o toque de um jogador do Valladolid na bola para devolvê-la de imediato aos leões, a jogada ganhou velocidade na zona perto da grande área. Os toques de Vietto e, principalm­ente, Tiago Tomás, desenharam o lance que terminou no penálti.

JOGADA DO PRIMEIRO GOLO E ANTES DO PENÁLTI COM SINAIS POSITIVOS DA EQUIPA ORIENTADA POR RÚBEN AMORIM

Claro que nem tudo foi positivo, algo perfeitame­nte normal nesta fase de preparação. Faltaram ideias e criativida­de na 1ª parte, embora Wendel tenha feito por contrariar isso. O brasileiro foi um dos melhores, juntando-se a Pedro Porro, Feddal, Nuno Santos, Tiago Tomás e Jovane dos que deixaram melhores indicações em Alverca. Os três últimos foram trocando entre si nas posições da frente, apostando na movimentaç­ão para fugir às marcações do Valladolid e, assim, tentar encontrar espaço para criar perigo. Tiago Tomás, por exemplo, teve dois remates muito perigosos, um deles ao poste e em ambos os lances apareceu mais descaído para o lado direito. Ou, por exemplo, quando Jovane partiu do centro para atacar a profundida­de antes de dar o golo a Vietto. Não contou porque houve fora-de-jogo, mas a intenção esteve lá.

O 2-1 de ontem, a terceira vitória consecutiv­a nesta pré-época, junta-se a uma lista que teve o mesmo resultado com o Portimonen­se e o 3-1 com o Belenenses SAD. Em todos o Sporting marcou, em todos sofreu golos, sendo que dois deles foram de penálti – ambos cometidos por Feddal . Ainda há muito para Rúben Amorim afinar, mas já há evolução. A comprovar contra adversário­s mais fortes.

*

 ??  ?? SALTO. Cabeceamen­to perfeito de Feddal valeu empate
SALTO. Cabeceamen­to perfeito de Feddal valeu empate

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal