Record (Portugal)

“PORTUGAL E CROÁCIA JOGAM COM PAIXÃO”

Defrontou Portugal como jogador no Euro’96; como presidente da federação croata, cargo que ainda ocupa, viu o seu país perder no Euro’2016. O ex-avançado elogia o futebol dos dois países e prevê um grande jogo hoje no Porto

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O campeão europeu contra o vice-campeão mundial. Vamos ver um grande jogo, certo?

DS – Com certeza. O nosso jogo em 2016 foi tenso, algo esperado tendo em conta o que estava em causa. No Porto vai haver menos pressão, por isso podemos esperar um jogo mais aberto e atrativo, com ambas as equipas a mostrarem os jovens talentos que possuem. E, claro, existem jogadores de classe mundial nos dois lados, logo os adeptos vão desfrutar do jogo. Infelizmen­te, apenas pela televisão.

+ Quais são os pontos fortes de Portugal que a Croácia mais receia?

DS – Temos uma grande equipa e não há razões para sentirmos receio. Obviamente, respeitamo­s Portugal porque sempre foi uma seleção com muita qualidade técnica e uma interessan­te mistura de experiênci­a, com jogadores como João Moutinho, Pepe ou Rui Patrício, com jovens talentos entusiasma­ntes como João Félix. E, claro, Cristiano Ronaldo.

+ E fraquezas?

DS – Vou deixar o nosso selecionad­or discutir isso com os jogadores. Como antigo avançado, posso dizer que gosto do futebol português e que até encontro semelhança­s com o futebol croata. A técnica, a qualidade técnica, o estilo de jogo com passes e atrativo.

Portugal e Croácia jogam com paixão. Desde Eusébio ao meu amigo Luís Figo, que gosto sempre de reencontra­r em eventos, até Cristiano Ronaldo, Portugal produziu alguns dos melhores jogadores de sempre.

+ Agora a pergunta ao contrário: por que razão Portugal deve temer a Croácia?

DS – Mostrámos no Mundial’2018 que temos uma grande equipa, capaz de vencer qualquer adversário. Não vamos ter Modric e Rakitic neste jogo, mas temos muita qualidade no meio-campo. Esta é uma oportunida­de para os jogadores mais novos, como Kovacic, Pasalic e Vlasic mostrarem a sua qualidade contra um grande adversário. Temos ainda muito talento no ataque, com Rebic, Petkovic, Kramaric e Perisic.

+ Croácia nunca venceu Portugal. Este facto é relevante?

DS – Não tem muito significad­o no jogo propriamen­te dito. Cada jogo é diferente e a tradição não joga. Contudo, mostra que, historicam­ente, Portugal tem equipas muito boas e difíceis para nós.

+ Acreditamo­s que a derrota no Euro’2016 tenha sido a mais dolorosas. Acha que Portugal mereceu conquistar o troféu?

DS – Quando se vence uma seleção como a França, perante o seu público, então é merecido. É sempre preciso alguma sorte para vencer uma grande competição, não importa o quão bom és. Portugal teve alguma sorte no Euro’2016, mas mostrou força mental no jogo renhido connosco, nos penáltis com a Polónia e na vitória no prolongame­nto com a França

sem Cristiano Ronaldo. Mostra a qualidade e caráter da equipa.

+ Você jogou no duelo do Euro’96. Do que se lembra desse derrota por 3-0?

DS – Lembro-me que não jogámos com a melhor equipa porque já estávamos apurados. Portugal jogou melhor do que nós. Era uma seleção muito boa, mas ambos tivemos azar nos quartos-de-final –final – nós com a Alemanha e vocês com a República Checa.

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“MOSTRÁMOS NO MUNDIAL QUE TEMOS UMA GRANDE EQUIPA, CAPAZ DE VENCER QUALQUER ADVERSÁRIO”

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