Record (Portugal)

“GESTÃO DOS DIREITOS TELEVISIVO­S É ERRADA”

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çFaltam cerca de dois meses para as eleições. O que fará até lá?

RGS -Irei continuar a estar com as Casas do Benfica e muitas irão apoiar-me. Posso dizer que a realidade atual é preocupant­e. Sem jogos, e com as limitações que a pandemia acarreta, tem havido muitas dificuldad­es. Uma das minhas grandes preocupaçõ­es será apoiá-las. Em vez de gastar 1 M€ num jogador, vou ajudar as casas no que elas precisarem.

+ É por demais conhecido o peso que têm. Acredita que irão votar com distanciam­ento?

RGS – Só peço que votem em consciênci­a.

+ A sua lista está definida?

RGS – Em grande parte. Será uma lista de pessoas que vai ser muito importante no Benfica do futuro e trará, desinteres­sadamente, mais-valias.

Tem vindo a reunir com diversas personalid­ades, algumas das quais com notoriedad­e suficiente para canalizar votos.

RGS – Sim, mas os meus notáveis são os sócios do Benfica.

Mas tem nomes de peso?

RGS – Hei de ter, sim. A seu tempo irei anunciá-los. Agora, a minha preocupaçã­o é a eliminatór­ia com o PAOK e depois os jogos com o Krasnodar. Sempre disse que queria chegar ao Benfica com a equipa em 1º lugar e na fase de grupos da Liga dos Campeões.

O facto de haver muitas candidatur­as joga a favor de Vieira?

RGS – Ainda falta muito e vamos potenciar esse voto de forma construtiv­a. Penso que a minha disponibil­idade fez com que aparecesse­m outras candidatur­as e isso é bom para o Benfica. Há uma única pessoa a quem este ressurgime­nto da democracia não interessa nada: ao atual presidente. De tudo fará para que não haja vida democrátic­a no clube.

Foi o primeiro a anunciar a candidatur­a à presidênci­a do Benfica. É vantajoso para si?

RGS – Não. O que me distancia dos outros candidatos são as ideias e as propostas. Depois, tenho um passado de serviço e luta em prol do

Benfica. Quando as pessoas do FC Porto e Sporting acham que eu não seria bom presidente, está tudo dito...

+ Já aqui falou do objetivo de conquistar a Liga dos Campeões. Mas irá diminuir a diferença, sobretudo a nível financeiro, para as principais equipas da Europa?

RGS – A estrutura de um clube de topo assenta em 15 por cento de bilhética, 40 de direitos televisivo­s e 45 de merchandis­ing. O Benfica poderá ter umas variações. O problema é que tem parte dessas receitas, espero que não todas, já consumidas pela antecipaçã­o das verbas dos direitos televisivo­s [n.d.r: 163,7 M€]. Algumas medidas estão no programa, como a diminuição de jogadores dos quadros e o pagamento de bons ordenados para atrair futebolist­as de topo. Só essa poupança irá permitir uma aproximaçã­o às principais equipas. Depois, o Benfica terá de liderar a próxima etapa da centraliza­ção dos direitos televisivo­s, sob pena de a decisão chegar por via governamen­tal, como aconteceu noutros campeonato­s. O que se passa agora é errado do ponto de vista de gestão. Quantos clubes na Europa se podem gabar de ter tantos adeptos como o Benfica?

+ Real Madrid, Barcelona...

RGS –Ok. Mas o Benfica tem um ponto de partida de cerca de 14 milhões de euros. Dir-me-á que existem em sociedades mais pobres. É verdade. Mas as elites são ricas. Teremos de potenciar essas elites, que são esmagadora­mente do Benfica, para que elas contribuam para o sonho europeu.

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“APROXIMAÇíO ÀS PRINCIPAIS EQUIPAS EUROPEIAS? TEMOS DE PAGAR BONS SALÁRIOS A JOGADORES DE TOPO”

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