“O meu trabalho como denunciante está terminado”
TRANQUILO NO PRIMEIRO MEIRO DIA DE JULGAMENTO O
ç “O meu trabalho como ‘whistleblower’ está terminado. Nunca recebi dinheiro pelo que fiz. Não sou hacker, sou denunciante. Tornei pública muita informação importante, que de outra forma nunca seria conhecida.” Foram estas as palavras de Rui Pinto, criador do site Football Leaks, na primeira sessão do julgamento no qual é acusado de 90 crimes, entre eles os de acesso indevido, violação de correspondência, sabotagem informática (à SAD do Sporting) e, o mais grave, tentativa de extorsão ao fundo de investimento Doyen.
“O MEU TRABALHO COMO ‘WHISTLEBLOWER’ ESTÁ TERMINADO... NÃO SOU HACKER, SOU DENUNCIANTE”
Rui Pinto falou apenas durante cinco minutos e disse que vai continuar a colaborar com as autoridades, nomeadamente em inquéritos importantes que se iniciaram devido às suas denuncias. E terminou sublinhando: "Estou aqui numa estranha situação: sou arguido e testemunha protegida. Fui alvo de uma campanha da calúnia e difamação. Estive um ano e meio preso, sete meses de isolamento total. Foi muito difícil." Antes do julgamento, Tiago Rodrigues Bastos, representante da PLMJ, uma das sociedades alvo dos ataques de Rui Pinto, recusou-se a considerar o arguido como um denunciante e também desvalorizou o facto de o diretor da Polícia Judiciária ser testemunha de Rui Pinto: “A justiça faz-se com juízes, não se faz com diretores da PJ.”
Doyen critica “vitimização”
No início da sessão, Sofia Branco, advogada da Doyen, criticou o principal arguido. “Nos últimos tempos tem estado a vitimizar-se e a assumir-se como herói.
Rui Pinto acedeu ilegitimamente e tentou receber dinheiro para não divulgar documentos. Não é a Doyen que está a ser alvo de processo”, afirmou. Essas palavras tiveram resposta por parte de Francisco Teixeira da Mota, advogado de Rui Pinto: “A Doyen é uma figura a todos os títulos lamentável.”
A segunda sessão do julgamento é no dia 15 deste mês.
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