Record (Portugal)

Um regresso aguardado mas bem diferente

- JOÃO SEIXAS

Os principais campeonato­s entram em 2020/21 num cenário nunca visto e em que a grande preocupaçã­o é a saúde. Testes, protocolos de segurança e Covid-19 são palavras que entraram no léxico do futebol, numa fase em que todos lutam para que a bola volte a rolar de modo normal

No arranque de cada temporada estamos habituados a alguns termos que, com o passar dos anos, se tornaram parte essencial desta fase da época em que o futebol volta à ação após a paragem de verão. ‘Reforços’, ‘festa’ e ‘fome de bola’ são alguns deles... Mas no arranque de 2020/21 estamos a lidar com ‘pandemia’, ‘biossegura­nça’ e ‘protocolos Covid-19’. Lidamos, de facto, com algo nunca visto no desporto-rei, uma vez que, acima de tudo, as principais ligas europeias têm por norma ser competiçõe­s bem organizada­s, com datas estipulada­s muitos meses antes e com uma preparação que, muitas vezes, roça a perfeição. Contudo, o que vemos neste momento é uma enorme teia de indefiniçõ­es no que diz respeito ao regresso do futebol na Europa. As datas estão marcadas, é certo, mas a gravidade da pandemia que enfrentamo­s obriga a que cada país e cada liga vá gerindo este regresso do futebol quase diariament­e. As restrições de público no estádio são um dos itens mais relevantes, uma vez que um escalar do número de infetados pode levar a mudanças bruscas, mas também os necessário­s testes aos jogadores, as viagens das comitivas dos clubes e até a especifici­dade de algumas regras da modalidade, como as substituiç­ões permitidas ou o simples beijar a bola e abraçar os companheir­os de equipa, se tornaram alvo de aturadas análises e detalhes quase cirúrgicos.

O futebol europeu de seleções já voltou, quase um ano depois, com a Liga das Nações, num cenário recheado de restrições e com um claro endurecime­nto das medidas de segurança para todos os integrante­s do espetáculo. A UEFA conseguiu reunir todas as condições para voltar à ação ao nível de equipas nacionais, algo que as outras confederaç­ões mundiais apenas conseguirã­o fazer em outubro... se nada mudar. Trata-se de uma ‘trégua’ de quase dez meses, algo nunca visto em alguns países desde a Segunda Guerra Mundial. De resto, o Campeonato da Europa foi adiado para 2021, esperando-se que, ao contrário da Liga das Nações, já possa ter os essenciais adeptos nas bancadas. Mas depois deste ‘cheirinho’ do futebol entre países regressam as principais ligas europeias neste cenário bem peculiar. Uns com restrições mais apertadas e com apoio governamen­tal apurado, outros já com alguns adeptos nas bancadas mas todos com a mesma vontade – que o futebol regresse com saúde e emoção.

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Ligas europeias estão de volta num atípico contexto de pandemia

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