Record (Portugal)

“É um fenómeno desde os 18 anos”

Já faltam palavras para descrever Ronaldo e os seus recordes. Mas há algo de que não duvida: “Vai continuar assim nos próximos anos. Quer ganhar mais, mais e mais”. E, ontem, ganhou, num jogo em que “faltou fulgor”

- JOSÉ MIGUEL MACHADO. ESTOCOLMO

Que análise faz ao jogo?

– Foi uma vitória justa num jogo com altos e baixos. Na sua totalidade, o encontro foi controlado por Portugal. Os primeiros 20 minutos foram muito difíceis. Sabíamos o que a Suécia fazia, do seu futebol direto e com os alas por dentro no apoio à segunda bola. Tivemos dificuldad­es em controlar essa situação. Ganharam a segunda bola e chegaram muitas vezes próximo da nossa área. Limitaram-nos a capacidade para sair a jogar e de trocar a bola. Depois encontrámo­s melhor a forma de resolver o problema e começámos a controlar o jogo. Claro que a expulsão foi fundamenta­l, porque além disso também houve golo. Ao intervalo disse aos jogadores que a Suécia não se ia render e ia continuar com dois avançados e com os alas a fechar por dentro. Foi o que aconteceu. Faltou fulgor à equipa. Tivemos algumas situações em que poderíamos ter sido mais rápidos a criar mais condições do que aquelas que criámos. Houve algum cansaço e isso reflete-se mais na forma rápida de pensar do que na de executar. Demorámos mais algum tempo que não é normal neste tipo de jogadores.

– Que dizer de Ronaldo, que bateu mais um recorde?

– Não há mais nada a dizer. Uma equipa que tem o melhor do Mundo não pode ser melhor sem o melhor do Mundo. Não há volta a dar.

– O Bernardo já tinha apresentad­o alguma queixa antes do jogo?

– Se ele tivesse dificuldad­es antes do jogo, nem tinha jogado. Perguntei aos jogadores na conversa matinal se tinham alguma limitação, disseram-me que não. Tirei-o rápido, porque um jogador disse-me que ele tinha de sair, que era uma lesão impeditiva de jogar. Não dava para esperar. Ele terá feito uma lesão muscular ou microrrutu­ra, nem sei bem. Isso é com o departamen­to médico.

– Como é trabalhar com Ronaldo, um jogador que já marcou mais de 100 golos pela Seleção?

– É um prazer. Treinei-o quando ele tinha 18 anos no Sporting, antes de ir para o Manchester United. Infelizmen­te ele saiu logo no início da época, foi uma pena. Já nessa altura se previa que seria um fenómeno. É o que ele é. Ele é um batedor de recordes. Quando todos acham que ele vai acabar, ele arranja mais um para bater. É a motivação dele. Fome? De títulos. Vem do ADN dele. Já quando tinha 18 anos era assim e vai continuar a ser nos próximos anos. Quer ganhar mais, mais e mais.

“NOS PRIMEIROS 20 MINUTOS TIVEMOS MUITA DIFICULDAD­E, NÃO CONSEGUIMO­S ACERTAR COM A FORMA COMO ELES ESTAVAM A JOGAR”

“DEPOIS, COMEÇÁMOS A MELHORAR, A TER BOLA, A OBRIGAR OS SUECOS A CORRER ATRÁS DELA E O JOGO TORNOU-SE MAIS FÁCIL PARA NÓS”

“NÃO ACHO QUE VÁ SER UM DUELO A DOIS COM FRANÇA. A CROÁCIA EM CASA VAI SEMPRE QUERER MOSTRAR A SUA QUALIDADE”

“OBVIAMENTE QUE A EXPULSÃO FOI FUNDAMENTA­L NESTE JOGO, APESAR DE ACREDITAR QUE PORTUGAL VENCERIA NA MESMA, QUE ENCONTRARI­A OS ANTÍDOTOS PARA GANHAR”

“RONALDO? TODOS SABEM. É UMA VERDADE DE ‘LA PALICE’. CRISTIANO RONALDO É ISTO! O MELHOR DO MUNDO”

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