Record (Portugal)

RONALDO A 101&

CAPITÃO ULTRAPASSA CENTENA DE GOLOS NA SELEÇÃO COM DUAS OBRAS DE ARTE

- CRÓNICA DE DAVID NOVO

Todos se lembram daquela noite mágica de Cristiano Ronaldo a 19 de novembro de 2013 e dos três golos à Suécia que colocaram Portugal no Mundial’2014. O que talvez nem todos se lembrem é que, naquele jogo, CR7 marcou o 45º, 46º e 47º golos e que o último deles permitiu-lhe igualar Pauleta como o máximo goleador da Seleção Nacional.

Foi há sete anos, Cristiano Ronaldo estava a poucos meses de completar 29 anos. Ontem, com 35, escreveu novamente um feito na carreira individual com a camisola de Portugal: golo 100, o número redondo e, já agora, a continuaçã­o da história com o 101. No mesmo estádio.

O tempo parece não ter passado por ele. Entre 2013 e 2020 e os dois duelos com a Suécia, o avançado deixou o registo de Pauleta para trás e foi aumentando a marca pessoal. Até quando e que números irá alcançar? Os portuguese­s esperam que a resposta demore ainda alguns anos a ser dada. Mais novo ou mais velho, o capitão decide. Ontem, Cristiano Ronaldo marcou dois, mas podia ter feito, no mínimo, mais dois – quando foi substituíd­o tinha mais remates (7) do que... a Suécia. Olsen adiou a festa na 1ª parte com duas defesas com os pés, uma na sequência de um canto e outra de bola corrida, ambos em remates rasteiros. Noutro momento do jogo, o livre direto que expulsou Svensson perto do intervalo permitiu a Cristiano Ronaldo tentar de outra forma. A bola subiu o suficiente para passar por cima da barreira e quando começou a descer já estava praticamen­te dentro da baliza. Olsen, o guarda-redes que o Sporting equacionou para esta época, esticou-se mas não chegou a tempo.

Outra bomba

Tal como já tinha acontecido contra a Croácia, Portugal até nem teve grandes dificuldad­es em entrar na grande área da Suécia para criar oportunida­des – foi dessa zona que surgiram nove dos 21 remates da equipa de Fernando Santos no jogo de ontem. Mas Ronaldo decidiu arriscar de longe novamente na 2ª parte: parte interior do pé direito, desta vez para o lado esquerdo de Olsen, e com o mesmo resultado. Vendo e revendo o lance do 2-0 dá para perceber que a jogada começou aos 70 minutos e 45 segundos no pontapé de baliza marcado por Anthony Lopes; terminou aos 71:34 do outro lado após vários passes entre os joga

dores de Portugal.

Um exemplo do que foi, praticamen­te, todo o jogo. Portugal teve muito mais bola do que a Suécia (61% contra 39%) e também soube o que fazer com ela, acertando mais passes (88%). O ritmo nem sempre esteve elevado, o que até se compreende se tivermos em conta que a mesma equipa – troca de Diogo Jota por Cristiano Ronaldo foi a única alteração – defrontou a Croácia há quatro dias. A lesão bem cedo de Bernardo Silva e a entrada de Gonçalo Guedes apenas mudou os intervenie­ntes, mantendo-se a forma de jogar: constantes trocas posicionai­s entre o trio da frente para dificultar a marcação dos suecos. Ainda assim, o arranque foi aos soluços, já que a primeira grande oportunida­de de perigo apareceu apenas aos 26’, por Cristiano Ronaldo. A partir daí, e com o adversário em desvantage­m numérica em toda a 2ª parte, Portugal marcou, falhou ocasiões e controlou. A vitória nunca esteve em causa, até pela fraca reação da Suécia. E, apesar da goleada de França, Portugal lidera o grupo da competição que conquistou em 2019. Era difícil pedir um arranque melhor nesta Liga das Nações.

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