Record (Portugal)

DESIGUALDA­DES DOMINAM COMPETIÇÃO

Uns desistiram, outros partem com ambição renovada de olhos postos nas provas profission­ais

- MIGUEL AMARO

ç Começa hoje a edição 2020/21 do Campeonato de Portugal (CdP), que esta época vai ser, pela última vez, o terceiro escalão do futebol nacional. As desigualda­des entre os participan­tes, reveladas nos últimos anos, com clubes altamente profission­ais a lutarem com outros semiprofis­sionais e alguns completame­nte amadores, levaram a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) a criar a Liga 3, a partir da temporada 2021/22. Por isso, este será o derradeiro campeonato no qual se vai verificar esse tipo de enormes diferenças entre clubes.

Na época passada, por exemplo, assistimos a equipas com orçamentos ao nível das Ligas profission­ais. Eram os principais candidatos à subida a medirem forças com clubes que já estavam com ordenados em atraso poucos meses depois de a prova começar. Outros mudaram metade do plantel no mercado de inverno e houve alguns que nas últimas jornadas nem levaram o número máximo de suplentes para o banco.

São problemas desse tipo que a FPF quer ver desaparece­r com a criação da Liga 3, mas durante esta época ainda ninguém pode garantir que vão deixar de existir. Basta ver como a época arrancou. De um lado, clubes como o Alverca e o renascido Estrela da Amadora apresentam estruturas altamente organizada­s, com plantéis fortes e aos quais não falta nada e a trabalhare­m com muita antecipaçã­o. Do outro, três clubes desistiram de participar. Uns por falta de condições, como o Ginásio Figueirens­e e o Armacenens­es - este nem foi substituíd­o por ter desistido já depois do sorteio da prova – e outro, o Chaves Satélite, por opção da direção, mais interessad­a em apostar tudo no plantel principal, a disputar a 2ª Liga. Quanto ao GRAP, anunciou a desistênci­a, a direção caiu e surgiu outra que garantiu a presença do clube no campeonato. A uma semana do início da competição, havia clubes ainda a formarem o plantel e sem número mínimo de inscritos - União de Leiria e União da Madeira - e outro, o Fátima, a trocar de treinador e a tentar mudar-se para Lisboa.

Não se sabe quantos clubes vão terminar a época em situações complicada­s, financeira­mente falando, como em anos anteriores. Por agora, só sabemos que no final dois deles vão subir à 2ª Liga e 22 para a nova Liga 3. Entre as restantes 73 equipas, descem as últimas quatro de cada série aos Distritais e as restantes integram o CdP em 2021/22. Então já como quarto escalão do futebol nacional e, na teoria, sem assimetria­s assim tão acentuadas.

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SÃO 95 AS EQUIPAS A LUTAR NUMA COMPETIÇÃO QUE VAI MUDAR COMPLETAME­NTE DE CARA NA PRÓXIMA ÉPOCA

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