Um colosso nos Arcos
Após eliminar o Borac e o Besiktas, num dos momentos mais altos do historial de 81 anos dos vila-condenses, o Rio Ave terá que superar no seu reduto o AC Milan, heptacampeão europeu e tetracampeão mundial, para aceder pela segunda vez à fase de grupos da Liga Europa. Mesmo distantes dos tempos áureos, como atesta o apartamento da Champions desde 2013/14, e já uma longa ausência de títulos (campeão em 2010/11) e de troféus (Supertaça em 2016), os rossoneri procuram reerguer-se sob o comando de Stefano Pioli, e o arranque de exercício com 4 triunfos em 4 jogos tem gerado entusiasmo, o que adensa a tarefa hercúlea que o Rio Ave terá pela frente. Com várias baixas no sector defensivo – Musacchio, Romagnoli, Léo Duarte e Conti –, a que se junta a ausência da superestrela Ibrahimovic, e as dúvidas sobre a utilização de Rebic, o AC Milan deverá manter-se fiel à organização estrutural em 4x2x3x1 em momento ofensivo, que parte de um 4x4x2 em momento defensivo. Habituados a assumir o jogo no meio-campo adversário, revezando a circulação entre os três corredores, os milaneses mostram argúcia na exploração das entrelinhas no corredor central, espaço atacado por Çalhanoglu – que poderá ser poupado, dando lugar a Brahim Díaz –, fortíssimo no último passe e no remate, mas também são acutilantes na perscrutação dos corredores laterais, estabelecendo conexões entre lateral e ala/extremo para depois buscar zonas de finalização dentro da área, principalmente ao segundo poste. Apesar de se revelar uma equipa agressiva e muito pressionante, com Kessié a assumir um papel crucial, o Rio Ave, se ultrapassar a primeira fase de pressão dos rossoneri, encontrará espaços nos corredores laterais em contra-ataque, mas também não deve deixar de procurar ferir o AC Milan em ataque posicional, tanto através do jogo exterior, como do jogo interior, buscando espaços entre a linha defensiva e intermédia.