Record (Portugal)

A todo o vapor para o recorde

Atleta do Marco de Canaveses foi o vencedor do desafio lançado pela One Hundred

- FÁBIO LIMA

O desafio foi lançado há cerca de dois meses por João Andrade, 11 atletas lançaram-se à aventura, mas no final apenas um venceu. E não foi uma vitória qualquer. Foi um autêntico tempo canhão. Um arraso. O desafio era simples, mas de uma dificuldad­e extrema: conseguir concluir o Douro FKT 100, um percurso de 100 milhas (160,9 quilómetro­s) entre Barca D’Alva e Cinfães, no menor tempo possível. A marca inicial foi fixada pelo próprio desafiador, foi sucessivam­ente melhorada até há cerca de três semanas, quando Nuno Rocha a colocou num patamar que muitos considerav­am inalcançáv­el (16h40). Até que entrou em cena Hugo Gonçalves… Habituado a estas andanças da longa distância – já chegou a participar numa prova de 200 quilómetro­s –, o atleta natural do Marco de Canaveses arriscou, esperou pelo último dia do desafio, mas acabou por levar consigo o grande prémio. Tudo graças a uma performanc­e de assinalar, com um tempo final de 15h05. Pouco mais de 15 horas para completar 160 quilómetro­s, a uma incrível média de 10,6 quilómetro­s por hora! Para lá chegar, o atleta de 31 anos aproveitou o ‘embalo’ da preparação feita previament­e para as provas que tinha no seu horizonte, mas que pela pandemia foram canceladas. A ideia de aceitar o desafio surgiu bem cedo, praticamen­te no momento em que João Andrade apresentou o seu projeto ao Mundo. “Quando ouvi, tive quase a certeza de que era aquilo que queria. Mas tive de falar com o meu treinador. Ele colocou-me à vontade e achou que era boa ideia. Aí, a mês e meio da minha prova, aproveitei a preparação que vinha a fazer, passando o treino dos trilhos para a estrada. Não tive grande tempo para preparar. Nem eu nem ninguém, pois a prova foi anunciada com pouco tempo de antecedênc­ia”, explica este agente da PSP de Carnaxide, que assume uma opção estratégic­a a realização da sua prova praticamen­te em cima da ‘buzina’. “Sempre tive receio, pois só tinha uma ‘vida’ para gastar. Se acontecess­e alguma coisa... Mas foi tudo planeado ao pormenor. Tinha a vantagem de já saber os tempos dos outros. O desafio estava numa marca muito boa. Sentia-me capaz de baixar, mas nunca imaginei fazer o resultado que fiz”, assume.

Música ‘salvadora’

Em 15 horas muito pode acontecer, mas Hugo Gonçalves assume que ao longo da sua caminhada ao longo da ‘estrada mais bela do Mundo’ foi quase tudo perfeito. Tirando um momento de quebra que sucedeu à passagem do Peso da Régua. Aí, explica, foi salvo pela música. “Coloquei uma playlist comercial, músicas que gosto, e lá fui a cantar…”, recorda o atleta, que noutro âmbito aproveita para destacar o papel fundamenta­l da sua “excelente equipa” de apoio com seis elementos, liderada pelo treinador André Rodrigues, que no seu entender acabou por tornar o “desafio em algo menos difícil”.

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AGENTE DA PSP, DE 31 ANOS, CORREU 160 QUILÓMETRO­S ENTRE BARCA D’ALVA E CINFÃES EM POUCO MAIS DE 15 HORAS

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