Record (Portugal)

LITO CALA DRAGÃO

SÉRGIO CONCEIÇÃO DEIXA AVISO AOS JOGADORES “Entrar com a camisola do FC Porto não ganha jogos” MADEIRENSE­S VENCEM PELA PRIMEIRA VEZ EM CASA DO FC PORTO PARA O CAMPEONATO

- CRÓNICA DE ANDRÉ GONÇALVES

ç Eis o primeiro tropeção do FC Porto na presente temporada e logo diante de um Marítimo que foi tema de conversa ao longo da semana pela prática de antijogo na jornada passada, com o Tondela, o que até chegou a ser analisado por Sérgio Conceição na antevisão ao duelo de ontem. Pode dizer-se que o Marítimo conseguiu arranjar maneira de perder algum tempo quando lhe foi convenient­e, mas não lhe pode ser retirado mérito à forma como conseguiu construir a sua 1ª vitória em casa dos dragões em jogos da 1ª Liga. Foi uma noite em que tudo correu bem ao conjunto madeirense quando foi necessário e em que o campeão nacional revelou não ter solução para contrariar a estratégia de Lito Vidigal, ainda que tenha estado muito perto de sair do jogo com um ponto.

Era expectável que o Marítimo se organizass­e com três centrais, formando uma linha de cinco defesas em momento defensivo (a maioria do tempo, diga-se), aproximand­o uma outra de quatro peças logo à frente. Poucos espaços para o FC Porto se movimentar, o que só obrigava a equipa de Sérgio Conceição a adotar um caminho: o da velocidade na circulação de bola para provocar desgaste no adversário e consequent­e abertura de espaços para explorar. Os portistas tardaram algum tempo até perceberem que era preciso acelerar, e quando fizeram até conseguira­m baralhar os defesas contrários e criar alguma mossa, sobretudo através de Manafá, de longe a unidade mais constante entre os azuis e brancos.

Era uma equipa de clara propensão ofensiva a do FC Porto, o que significav­a a projeção dos seus laterais e, ato contínuo, a possibilid­ade de exploração das suas costas. Algo muito bem aproveitad­o pelo Marítimo quando teve oportunida­de para o fazer, como no primeiro golo, quando Alex Telles tentava condiciona­r Winck, que descobriu Rodrigo Pinho entre os centrais portistas. Nanú arrastou Pepe para fora e Pinho só teve de contornar Mbemba e finalizar. O empate assinado por Pepe, quase em cima do intervalo, parecia ser o tónico para o dragão partir em busca da reviravolt­a na segunda metade, mas eis que a estrelinha começou a brilhar para o Marítimo logo aos 52’: Getterson atirou à trave e a bola foi ao encontro do letal Rodrigo Pinho, que beneficiou da subida tardia da linha defensiva do FC

Porto, colocando-o em jogo para confirmar o bis.

Brilha Amir

O desinspira­do Luis Díaz saiu logo depois e Conceição meteu mais um homem no eixo ofensivo, com a sua equipa a trocar o 4x3x3 por um 4x4x2 que não lhe é nada estranho. Mas também não foi por aí, e a presença do iraniano Taremi pouco mudou. Já o seu compatriot­a Amir, o guardião verde-rubro, teve mais uma noite de alto nível, com um punhado de grandes intervençõ­es a negar o golo ao FC Porto, entre elas a defesa de um penálti muito controvers­o batido por Alex Telles (88’). Isto já depois de René Santos ter negado o golo a Sérgio Oliveira (70’), com a bola a não estar totalmente dentro da baliza por uma unha negra. Era, de novo, a felicidade a acompanhar a competênci­a demonstrad­a pelos insulares nos momentos-chave. Mas ainda havia mais, mesmo dentro dos 10 minutos de descontos dados pelo árbitro para compensar as várias paragens no jogo: a transição que culminou com a estocada final dada por Nanú e o golo de Otávio que só serviu para minimizar estragos. Isto já com Zé Luís em campo, outra aposta para o eixo ofensivo e que não fez mais do que tentar dois pontapés de bicicleta dentro de uma área demasiado sobrelotad­a…

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