Posse contra pragmatismo
A Seleção portuguesa recebeu a Espanha num jogo de preparação no Estádio de Alvalade. O público presente nas bancadas assistiu a um jogo de sentido único na primeira parte. Muita posse e domínio espanhol, um cenário que Fernando Santos conseguiu alterar no segundo tempo com as alterações que fez. Persistiu o nulo num jogo em que a Espanha controlou através da posse e Portugal teve situações claras de golo em ataques rápidos.
Os primeiros 45 minutos ficaram marcados pelo domínio de jogo de Espanha, com mais posse e oportunidades. Muita facilidade a sair de zonas de pressão e a chegar a situações de finalização. A Seleção Nacional sentiu dificuldades em ajustar a primeira linha de pressão e a manter o bloco defensivo bem organizado. A seleção orientada por Luis Enrique conseguiu convidar Portugal a pressionar mais alto, atraindo as subidas de André Silva, Ronaldo, Trincão e companhia para depois gerar espaços entre linhas e criarem superioridade a partir daí, fruto da qualidade técnica e inteligência tática que demonstram [1].
Fernando Santos conseguiu ajustar ao intervalo com as entradas de William Carvalho, Bernardo Silva e Rúben Dias. A equipa apresentou mais critério com bola no momento ofensivo e melhor organização defensiva. O bloco português recuou alguns metros e as linhas de pressão estavam mais próximas, não permitindo a Espanha entrar pelo corredor central [2].
A Espanha foi obrigada a alterar a sua ideia de jogo no decorrer da segunda parte. Sem espaço entre linhas para o passe entrar e desequilibrar a defensiva portuguesa, teve de procurar mais as zonas laterais e também as costas da defesa quando Portugal subiu mais o seu bloco. O conjunto português assumiu uma postura mais pragmática, baixando o seu bloco e explorando as transições rápidas. As melhores ocasiões no segundo tempo surgiram do lado de Portugal, com Ronaldo e Renato Sanches a rematarem à barra da baliza defendida por Kepa. Momento de transição ofensiva com a Seleção Nacional a aproveitar o balanceamento ofensivo de Espanha para atacar o espaço em profundidade e criar perigo [3].
COM AS ALTERAÇÕES FEITAS, PORTUGAL APRESENTOU MAIS CRITÉRIO COM BOLA NO MOMENTO OFENSIVO