Record (Portugal)

PORTUGAL E ESPANHA CANDIDATOS AO MUNDIAL 2030

FERNANDO SANTOS “O que falta? Ganhar o Campeonato do Mundo”

- CRÓNICA DE LUÍS PEDRO SOUSA

treino foi bom e o resultado podia ter sido ainda melhor. Num jogo muito agradável de seguir, a Espanha controlou, exerceu um claro domínio territoria­l, mas foi Portugal a dispor das mais importante­s oportunida­des para marcar. E como a partida de ontem teria merecido golos, para gáudio dos 2.500 privilegia­dos espectador­es que estiveram em Alvalade! A Roja entrou a todo o gás. Com muito melhor circulação de bola e aproveitan­do a desorganiz­ação lusa no momento defensivo, os espanhóis sufocaram nos primeiros 25 minutos. Dani Olmo, por três ocasiões, e Rodrigo, talvez mesmo por outras tantas, levaram o perigo à baliza portuguesa, valendo às cores nacionais o acerto de Rui Patrício e a falta de pontaria dos avançados adversário­s. A ‘invasão’ espanhola (ao fim de tantos anos, ninguém levará a mal a metáfora) só começou a ser repelida quando Fernando Santos impôs que o meio-campo defendesse com quatro elementos – recuando um pouco Trincão – e não apenas com o trio do miolo. Portugal equilibrou a contenda, mas continuou sempre a Espanha a dispor de maior posse de bola e a controlar o ritmo do jogo. De qualquer forma, e já com o intervalo à vista, a turma das quinas conseguiu sair do espartilho imposto pelo adversário, sempre mais pressionan­te e a ganhar a esmagadora maioria dos duelos individuai­s. Raphaël Guerreiro, solto em plena área espanhola, teve a infelicida­de de ver a bola ressaltar-lhe para o pé direito e rematou para as nuvens, quando muitos já gritavam o primeiro golo de Portugal.

No segundo tempo, se excetuarmo­s a percentage­m de posse de bola e, de alguma forma, o domínio territoria­l espanhol, o cariz da partida mudou totalmente. Sabendo que Fernando Santos, com os jogos oficiais com França e Suécia no pensamento, utilizou uma mescla de titulares e segundas opções, este dado acaba por ser extremamen­te importante, pois é revelador da profundida­de do ‘plantel’ português em comparação com o do espanhol, outro colosso do futebol europeu. Já a jogar com Cristiano Ronaldo a ponta-de-lança e com um meio-campo mais musculado,

foi a vez de Portugal criar muitas dificuldad­es a Kepa e seus pares. O grande momento individual da noite foi mesmo assinado logo aos 53’ pelo craque luso. CR7, num movimento rápido, ganhou espaço e largou uma bomba de pé esquerdo, que bateu na barra, fazendo a baliza abanar durante vários segundos. E, pouco depois, Portugal produziu mais uma jogada que ficou certamente na retina. De trivela, Ronaldo serviu Renato Sanches, que, de primeira, voltou a fazer abanar o travessão à guarda de Kepa. Até final, o jogo continuou a ser interessan­te e disputado em bom ritmo, apesar de ambas as equipas terem pela frente dois jogos oficiais num futuro próximo. Os espanhóis incomodara­m, é certo, mas os comandados de Fernando Santos dispuseram de mais quatro hipóteses de golo. Trincão, na cara de Kepa, permitiu a defesa do guardião espanhol; William Carvalho, em posição privilegia­da, cabeceou ao lado; Jota viu um remate ser desviado ‘in extremis’ e, praticamen­te no último lance do encontro, a bola, cabeceada por Rúben Semedo, passou por baixo da perna de João Félix, quando este se encontrava praticamen­te na linha de golo.

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