JOÃO ALMEIDA
Camisola rosa reforça liderança na geral no dia em que Peter Sagan regressa aos triunfos
OURO: Não há palavras para o que o ciclista português está a fazer nas estradas italianas. Mais do que aguentar a camisola rosa, o corredor de A-dos-Francos voltou a ganhar segundos graças ao 3.º lugar.
ç O sonho continua vivo após a 10ª etapa de ontem do Giro, com João Almeida a classificar-se em 3º lugar, o terceiro pódio nesta 103ª edição, que reforça a liderança na geral, ao bonificar 4 segundos. Se há tubarões no pelotão, o maior está a ser o português das Caldas da Rainha, a não dar tréguas, tendo sido ainda bafejado com fraquezas dos teóricos favoritos, pois o holandês Steven Kruijswijk desistiu, após o dia de descanso, ao acusar positivo à Covid-19 e o dinamarquês Jakob Fuglsang (21º) perdeu 1.38 minutos para o eslovaco Peter Sagan, a regressar às vitórias, secundado pelo norte-americano McNulty (a 19 seg.) e Almeida (a 23). Portugal não tinha desde José Azevedo um ciclista tão completo como Almeida, que, apesar da sua ‘inexperiência’ aos 22 anos, parece talhado não só para corridas de três semanas mas também para rodar bem em todos os terrenos. Para já lidera a geral com autoridade impressionante, detém a camisola da juventude e nos pontos ocupa o 4º lugar, sendo apenas superado pelos sprinters, o francês Arnaud Démare, Sagan e o italiano Filippo Ganna. Na geral, após oito etapas consecutivas de rosa ao peito (recorde de um ciclista nacional em grandes voltas), o corredor da Deceuninck-Quick-Step tem agora 34 segundos de vantagem para o holandês Wilco Kelderman (2º) e 43 para o espanhol Pello Bilbao (3º).
Na etapa de ontem (Lanciano-Tortoreto, 177 km), as nuances táticas dividiram-se entre as equipas dos sprinters e as que lutam pela geral, com Almeida a colher frutos. Sagan, três vezes campeão mundial, também ganhou, ao conquistar o primeiro sucesso no Giro, a juntar às 12 etapas do Tour e 4 da Vuelta. “Finalmente, ganhei ao meu estilo, que é dar espetáculo. Tive boas pernas e eliminei os adversários, controlando a fuga”, considerou Sagan, que estava em branco desde a 5ª etapa do Tour’2019. Ruben Guerreiro, vencedor da 9ª etapa, esteve discreto, sendo 59º (a 15.51 m).
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JÁ SÃO OITO AS ETAPAS EM QUE UM CICLISTA LUSITANO LIDERA UMA GRANDE VOLTA. É UM RECORDE HISTÓRICO