“Nunca me desculpei com nada”

Apesar dos diversos obstáculos, o técnico pensa num resultado positivo em Alvalade SÉRGIO CONCEIÇÃO

ç Sérgio Conceição não escondeu um certo desconforto pelas dificuldades que teve de enfrentar para preparar este clássico. No entanto, corajoso e determinado como é seu apanágio, o técnico, de 45 anos, não se escondeu atrás desses obstáculos e garantiu que nada servirá de desculpa para justificar um eventual desfecho negativo em Alvalade, ainda que o seu pensamento aponte para a vitória. “Tudo neste momento torna as coisas mais difíceis, mas isso não é qualquer género de desculpa, porque o que conta no final é o jogo e o treinador, se não ganhar. Se não, tenho ali tarjas a dizer ‘sem desculpas’ e não quero isso, porque nunca me desculpei com nada. Nunca me ouviram a desculpar com lesões de jogadores, com castigados, ao longo de três épocas nunca o fiz. O que estou a dizer é factual, é a realidade, mas aquilo que conta no final do jogo é o treinador. Se o resultado não for positivo, é o treinador que conta e esquecem tudo o resto. Estou apenas a referir-me à dificuldade desta preparação, mas no final do jogo, lá estarei eu, treinador Sérgio Conceição, para assumir o resultado, seja ele positivo ou negativo, espero eu positivo”, revelou o técnico campeão nacional, não levantando o véu sobre a possibilidade de lançar algum dos reforços que chegaram na reta final do mercado. “Na exigência de um clube como o FC Porto, por muito bom que um jogador seja, e acredito que sejam todos, por isso é que vieram para o FC Porto, necessita de um período de adaptação, a entrada na dinâmica da equipa não se faz com um estalar de dedos, não é num dia de trabalho. Tenho alguns jogadores com quem trabalhei apenas dois dias, e essa é uma situação muito difícil, porque para mim, como treinador, há dados que são fundamentais. Os jogadores ainda não estão preparados, muito embora demonstrem uma disponibilidade fantástica e uma grande alegria por chegarem a um clube também com uma grande dimensão na Europa e no Mundo”, destacou Conceição. Contudo, além da vertente desportiva, o técnico apontou a parte psicológica como outro fator importante a trabalhar com Felipe Anderson, Malang Sarr e Grujic, jogadores que chegaram por empréstimo e cujas expectativas apontam a voltar às origens no final da época. “Estamos a avaliar e a ver a sensação que esses jogadores nos transmitem, dentro do conhecimento que temos deles nos clubes em que estavam, olhando também para a vertente emocional de jogadores que vêm por empréstimo. Esses jogadores vêm para aqui uma época para jogar mais do que estavam a fazê-lo nos seus clubes, mas sabem que depois vão embora. É um trabalho a dobrar para o treinador”, fez questão de vincar.

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“TENHO ALGUNS JOGADORES COM QUEM TRABALHEI APENAS DOIS DIAS, E ESSA É UMA SITUAÇÃO MUITO DIFÍCIL”