Record (Portugal)

Um clássico de incertezas

- MUITOS ERROS DE PARTE A PARTE DITARAM IGUALDADE

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conjuntura inerente a uma época atípica, agravada pelo fecho tardio do mercado e por uma paragem de praticamen­te duas semanas, não deixava antever um grande jogo. E não o foi, apesar dos golos terem introduzid­o um alvoroço que não teve prolongame­nto na qualidade do futebol praticado. Por isso, acumularam-se passes errados, perdas de bola e erros individuai­s de parte a parte, que estiveram na génese dos 4 tentos.

As equipas sobrevalor­izaram a agressivid­ade em doses esdrúxulas, tanto a nível defensivo como ofensivo. Mais notória no Sporting, que apostou no duo inédito formado por Palhinha e Matheus na zona central do terreno para ganhar poder e disponibil­idade física, inclinado a explorar o corredor esquerdo, procurando colocar Manafá em apuros com as combinaçõe­s entre os Nunos (Mendes e Santos), e sempre disponível para perscrutar os espaços nas costas da última linha portista. Menos contínua no FC Porto, capaz de introduzir alguns momentos de pausa, ao fomentar conexões com o trio de médios-centro, que depois buscavam os corredores laterais – mais predileção pelo direito, mas com variações para o oposto, como a que esteve na génese do 1x1, na sequência de um alívio da defesa do Sporting, permitindo a Zaidu oferecer o cruzamento que Uribe, perante a deficiente definição da última linha leonina, transformo­u em golo – ou o assalto à profundida­de.

Apesar da tradiciona­l entrada forte do FC Porto, que procurou instalar-se com bola no meio-campo rival, seria o Sporting a adiantar-se no marcador. Após um duelo na sequência de um lançamento lateral, a bola sobrou para Porro, lesto a buscar a zona de finalizaçã­o. Um corte de Mbemba acabaria por encontrar Nuno Santos ao segundo poste [2], arguto a aproveitar a concentraç­ão da organizaçã­o defensiva portista entre a zona central e o corredor da bola. Contudo, ainda na etapa inicial, os dragões produziram a reviravolt­a. Depois de Uribe ter assinado o empate, Corona deu sequência vitoriosa a uma ação individual de Díaz, aproveitan­do os dolorosos equívocos do Sporting em transição defensiva [3], ampliados por erros individuai­s de Porro e Nuno Mendes, na sequência de um pontapé de canto ofensivo.

A vencer, o FC Porto pretendeu controlar o jogo sem bola. Deu iniciativa ao rival, mas delimitou os caminhos em direção à sua baliza, o que levou a que o Sporting sentisse amplas arduidades para chegar com qualidade a zonas de criação e de finalizaçã­o. Seria um erro portista numa saída para o ataque a permitir um desarme crucial de Palhinha a Felipe Anderson, que isolaria Pedro Gonçalves no corredor direito. O desposicio­namento de Zaidu [1], que quis disparar pelo corredor de forma precipitad­a, abriu uma cratera que assentiu ao ex-famalicens­e buscar a zona de finalizaçã­o. Marchesín negou o golo a Sporar, mas Vietto não desperdiço­u a recarga.

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