Record (Portugal)

“O Sporting deve estar contente...”

O técnico do FC Porto entende que a equipa perdeu dois pontos e criticou passividad­e no golo do empate

- ALEXANDRE MOITA

ç A quem é que se referia quando disse que há jogadores que têm de correr mais?

– A jogadores que têm de perceber que a concentraç­ão tem de ser a máxima; que agressivid­ade tem de estar no máximo e que faz parte da identidade da equipa. Por vezes subvaloriz­amos o nosso campeonato. Há aqui bons jogadores e bons treinadore­s, mas é preciso trabalhar e correr. Para entender a identidade do FC Porto demora algum tempo e quem não a entender, tenho pena, mas não pode estar aqui no nosso grupo. Quanto ao jogo, foi muito intenso e competitiv­o. O Sporting entrou bem, teve duas ocasiões e fez um golo. Nós reagimos bem e até poderíamos ter feito mais golos na primeira parte. Na segunda, estávamos alertados para a entrada forte do Sporting, que dominou de uma forma consentida nos primeiros momentos. Depois houve perdas de bola da nossa parte que não são normais. Tínhamos o jogo controlado e poderíamos ter feito o 3-1, mas acabámos por sofrer aquele golo fruto de passividad­e. Não podemos perder a bola daquela forma. Mas acontece, o jogo é feito de erros e nós falhámos.

“PARA ENTENDER A NOSSA IDENTIDADE DEMORA ALGUM TEMPO E QUEM NÃO A ENTENDER, TENHO PENA, MAS NÃO PODE ESTAR AQUI...”

“QUANDO O ONZE SE SENTIU CANSADO E COMECEI A MEXER, HOUVE DIFERENÇAS. OS MAIS NOVOS NÃO ESTÃO ENTROSADOS”

– Houve oportunida­des de parte a parte. O resultado é justo?

– Merecíamos mais do que o empate. Não vivemos de vitórias morais e temos de fazer mais para ganhar os jogos. Somos campeões, mas já é passado. O comportame­nto geral não foi mau e estivemos bem em grande parte do jogo, mas houve momentos dos quais não gostei. Faz parte do turbilhão que foram estas duas semanas. O Sporting deve estar contente, eu não estou... Quando aquele onze se sentiu cansado e comecei a mexer na equipa, houve diferenças de rendimento.

– Face a este contexto, os reforços terão menos tempo para se adaptarem?

– Claramente. O FC Porto é igual aos outros clubes, mas poderá ser diferente na exigência e paixão. Um jogador que não viva com intensidad­e, prazer e alegria, por muita qualidade que possa ter, não chegará a outro patamar. A muitos falta esse brilho no olhar, porque a qualidade está lá. Às vezes vejo os jornais e leio que grandes jogadores, de grandes campeonato­s, têm de chegar e ser titulares. Mas depois vê-se a diferença. É normal, demora tempo. Os jogadores mais novos ainda não estão entrosados.

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Conceição apertou com reforços

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