Record (Portugal)

Dragão deixou andar e fez o leão acreditar

- Luís Avelãs Editor

+ O empate ajusta-se à exibição das duas equipas?

Pode dizer-se que sim. O FC Porto, mesmo quando esteve a perder, mostrou mais qualidade coletiva e individual. Com um conjunto com outra experiênci­a deu sempre a ideia de estar mais perto do triunfo. Contudo, na segunda parte, com a vantagem no marcador, a equipa não foi tão incisiva e concedeu o controlo das operações ao Sporting. Chegou a dar a ideia de que estava a jogar com a certeza de que o adversário não teria condições para voltar a bater Marchesín, que a maior percentage­m de posse de bola não se traduziria em oportunida­des de golo. Tal postura acabou por ter consequênc­ias. Os nortenhos não fizeram o suficiente para ‘matar’ o jogo e depois de sofrerem o 2-2 não tiveram a estrelinha necessária para, já em cima do final, voltar a passar para a frente. Os dragões foram castigados por não serem mais ambiciosos, enquanto os leões mereceram o prémio por nunca terem desistido de acreditar na conquista de pontos.

+ As substituiç­ões feitas pelo Sporting ajudaram a equipa a ficar mais forte na parte final?

Essa constataçã­o não resulta apenas do facto de o lance do empate ter surgido de um primeiro remate (bem vistoso, por sinal) de Sporar, a que se seguiu a emenda vitoriosa de Vietto que, pouco depois, até esteve perto de bisar. Esses dois jogadores, tal como João Mário, trouxeram mais experiênci­a a um grupo talentoso, mas onde a ausência de ‘calo’ a este nível é notória. Paradoxalm­ente, foram dois miúdos (Plata e Tiago Tomás) os primeiros a saltar do banco leonino.

+ Causou sensação ver o FC Porto escalar para o onze dois elementos que estiveram várias dias sem treinar?

Sem dúvida. O isolamento profilátic­o de Uribe e Luis Díaz – que os deixou fora dos compromiss­os da seleção colombiana – fez com que os dois jogadores não cumprisse o plano normal de treinos. Por muito que tenham trabalhado de forma individual, nunca é a mesma coisa. Mas, naturalmen­te, Sérgio Conceição conhece bem os futebolist­as, fez a sua avaliação e resolveu arriscar a sua colocação logo de entrada.

+ A expulsão de Rúben Amorim teve influência na partida?

Não creio. Apesar de nunca ser bom para qualquer equipa ver o seu treinador a sair do banco, a verdade é que quem joga são os futebolist­as. Grave teria sido ficar a atuar em inferiorid­ade numérica. Sem público no estádio, Amorim pode continuar – ainda que numa posição claramente mais distante do relvado – a analisar o encontro, a passar indicações e, claro, a patrocinar as alterações que considerou relevantes para ajudar a equipa a pontuar. + Depois da derrota caseira com o Marítimo, o FC Porto voltou a não ganhar. É suficiente para se falar em crise? Não, de todo. De resto, ainda é preciso esperar pelo resultado do Benfica em Vila do Conde para se perceber a que distância estarão os azuis e brancos das águias após a conclusão desta 4.ª jornada. No entanto, conforme todos se recordam, na época passada os portistas chegaram a estar numa situação delicada na tabela classifica­tiva e, no final, acabaram por recuperar e fazer a festa do título. Isto ainda agora começou e de certeza que no Dragão ninguém está apavorado. Mas, como se percebeu pelas palavras do técnico no final, a equipa tem de fazer mais e melhor.

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