Record (Portugal)

REGRESSO 24 ANOS DEPOIS F1 EM PORTUGAL

- LUÍS MAGALHÃES

ç “Uma autêntica montanha-russa”, é assim que os ex-pilotos David Coulthard e Pedro Lamy descrevem o Autódromo Internacio­nal do Algarve que vai acolher o Grande Prémio (GP) de Portugal de Fórmula 1. Após 24 anos de espera – último GP de Portugal foi no circuito do Estoril, em 1996 – a categoria rainha do automobili­smo está de regresso ao nosso país e para Pedro Lamy, primeiro piloto português a pontuar na F1, é algo assinaláve­l. “Participei no último Grande Prémio de Portugal e, portanto, acho que para o nosso país é ótimo. Uma grande conquista ter a Fórmula 1 de volta a Portugal e aos amantes do automobili­smo ainda agrada mais”, referiu o piloto, agora com 48 anos, durante a cerimónia do lançamento da prova que incluiu a apresentaç­ão do troféu, transporta­do pelo ex-piloto David Coulthard.

O circuito de Portimão foi escolhido devido às condiciona­ntes da pandemia de Covid-19, mas mesmo assim houve melhorias na pista para poder receber os velozes monolugare­s. O aspeto mais relevante foi, talvez, a renovação total do piso, ou seja, do asfalto. No entanto, apesar de toda esta logística, Lamy acredita na força da tradição. “A Fórmula 1 perdeu um pouco aquela tradição de pistas com aspetos perigosos para os pilotos e a segurança tem vindo a mudar. Muito por causa do contributo de países que constroem pistas à medida dos regulament­os e que têm muito dinheiro e assim foram ultrapassa­ndo países com tradição, como Portugal”, lamentou, mas também sugeriu que é provável que a Fórmula 1 e a Federação Internacio­nal do Automóvel (FIA) incluam o circuito de Portimão nos próximos calendário­s, nem que seja como reserva de forma a assegurar provas caso surjam situações excecionai­s, tal como este ano. David Coulthard, que venceu a primeira corrida da sua carreira (1995) em Portugal, concorda:

“Sempre foi um país com muita tradição. Estamos a festejar 70 anos e Portugal faz parte da história. Todos concordamo­s que um dos melhores pilotos de sempre foi Ayrton Senna e obteve a sua primeira vitória aqui. Também fez deste país a sua casa, quando não estava em competição. O facto de estarmos aqui, pessoalmen­te e para a Fórmula 1, é fantástico”, sublinhou. Aliás, para o escocês, de 49 anos, a pista tem todas as condições para proporcion­ar um grande espetáculo. “Não é no mítico circuito do Estoril, mas há numa pista fantástica em Portimão. Já tive oportunida­de de conduzir lá e é brutal. Os pilotos vão todos aprovar. É um circuito semelhante a uma montanha-russa, muitas mudanças de elevação. É uma pista onde se tem de ser corajoso para a atacar. Não tenho dúvidas de que o Lewis Hamilton e o Max Verstappen vão adorar, assim como todos os outros pilotos”, confessou o agora embaixador da Fórmula 1. Após transporta­r a taça, David Coulthard admitiu que tem saudades da competição: “Já há algum tempo que não segurava num troféu de vencedor. Há 12 anos. Aliás, talvez tenham passado mais alguns anos desde que venci pela última vez [risos]. Mas é um sentimento natural, na realidade, só faltava espalhar cerveja para ter a sensação total.” O evento vai contar com público, mas para Pedro Lamy o maior impacto será no paddock. “O piloto quando está dentro do carro concentra-se e tenta dar o máximo. O público é apenas uma fotografia de passagem. Ainda não tive oportunida­de de estar em nenhum paddock depois destas condiciona­ntes, mas é com certeza diferente, porque normalment­e anda-se à vontade”, disse.

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