Record (Portugal)

CLUBE DOS 20

- JOSÉ MORGADO

ç Há atletas cujos nomes se confundem com as próprias modalidade­s, e no ténis, durante os últimos quase 20 anos, o Mundo tem estado quase sempre dividido entre aqueles que preferem Roger Federer, um suíço de técnica apurada, talento único e elegância difícil de replicar, com a força, garra, coração e capacidade de superação inigualáve­l de

Rafael Nadal, um espanhol que rapidament­e se tornou o rei da terra batida.

Desde o último domingo, quando Nadal ergueu a Taça dos Mosqueteir­os – o troféu de Roland Garros – pela inacreditá­vel 13ª vez nos últimos 16 anos, os dois tenistas passaram a ter o mesmo número de títulos de Grand Slam, partilhand­o assim o recorde (masculino, neste caso) mais desejado da modalidade: 20 troféus em Majors. Federer, agora com 39 anos, liderava a tabela de campeões de Grand Slam masculinos de forma isolada desde 2009, quando chegou ao 15º Major em Wimbledon, ultrapassa­ndo o recorde de Pete Sampras, norte-americano que apenas seis anos antes havia saído de cena com um número de

Majors (14) que então parecia muito difícil de bater.

Já há 11 anos, quando Federer ‘apanhou’ Sampras, havia a noção de que Rafael Nadal poderia ser o próximo a ameaçar os registos de Federer... e assim foi. Aos 34 anos e depois de lhe ter sido vaticinada uma carreira curta – o seu estilo de ténis é muito menos amigo do corpo do que o de Federer, por exemplo, Nadal continua a vencer e vai entrar em 2021 empatado com Federer no dado estatístic­o mais tido em conta na hora de decidir quem é o melhor de todos os tempos. Federer continua a liderar em quase tudo: tem mais títulos (103 contra 86), mais finais de Grand Slam (31 contra 28), muito mais semanas como número um do Mundo (recordista com 310 contra 209 de Nadal) e tudo isso promete pesar nesta luta pelo lugar mais alto... da história.

“É claro que não vou fingir e dizer que não gostava de terminar a carreira como o jogador com mais títulos de Grand Slam. Mas não posso passar a minha vida infeliz porque o meu vizinho tem a casa maior do que a minha, um barco maior do que o meu ou um telefone melhor do que o meu. Tenho de viver a minha própria vida, fazer o meu próprio percurso, por mim. É claro que respeito os recordes, adoro história e adoro ténis. Para mim é uma honra enorme partilhar este registo com o Roger”, confessou o maiorquino.

Mais jovem, Rafael Nadal parece partir na frente para os próximos desafios no que diz respeito ao recorde de Grand Slams, mas já se sabe que Federer pode

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