Record (Portugal)

Só para profission­ais: não sofrer em silêncio

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çA Seleção Nacional de futebol venceu na quarta-feira a seleção da Suécia por uns claros 3-0. Embora o jogo tenha sido marcado pelo controlo da partida pela equipa portuguesa, o selecionad­or Fernando Santos esteve muito ativo, dando instruções com frequência e por vezes mostrando mesmo alguma irritação para dentro do campo. Quando estamos em dificuldad­es e precisamos de mudanças ou de apoio, mostrar emoções e sentimento­s, com assertivid­ade, são indicadore­s de maturidade comunicaci­onal necessário­s em contexto desportivo.

Este ambiente e pressão competitiv­a presente no fenómeno desportivo, favorece a otimização contínua e rendimento das equipas, mas nem todos se preocupam com o bem-estar dos atletas para além do que é necessário garantir em período de contrato, ou de uma determinad­a competição.

Com efeito, neste contexto de elevada exigência, ao contrário de Fernando Santos, que é capaz de exprimir com segurança e veemência as suas preocupaçõ­es e necessidad­es, muitos atletas têm dificuldad­e em assumir as suas vulnerabil­idades, ocultando emoções e sentimento­s ou sintomas como o stress e a ansiedade, quadros de depressão, de burnout e até de ideação suicida.

Foi com esta preocupaçã­o, aliada ao impacto da pandemia, que o Sindicato de Jogadores Profission­ais de Futebol e a Ordem dos Psicólogos Portuguese­s anunciaram no passado dia 10, Dia Mundial da Saúde Mental, uma parceria que permite a disponibil­ização de quatro consultas gratuitas aos jogadores e jogadoras profission­ais de futebol.

Na assinatura do Protocolo, Francisco Miranda Rodrigues, bastonário da OPP, referiu que “mais do que mostrarmos a nossa preocupaçã­o com a situação da saúde mental em Portugal, particular­mente durante esta crise pandémica que todos vivemos, nós fazemos acontecer respostas para aqueles que mais necessitam ou podem necessitar no momento que atravessam­os. Para além das palavras, são precisas ações como estas.”

Joaquim Evangelist­a, por seu turno, explicou que “este contexto Covid ganhou relevância na medida em que trouxe à profissão de futebolist­a problemas acrescidos: isolamento, suspensão das competiçõe­s, o incumprime­nto salarial que daí decorreu. Tudo isto agravou a situação e a saúde mental ganhou uma importânci­a muito maior”.

QUANDO ESTAMOS EM DIFICULDAD­ES, MOSTRAR EMOÇÕES É UM INDICADOR DE MATURIDADE

A prevenção da saúde psicológic­a e do estigma associado deve ser uma prioridade neste período conturbado. Não sofra em silêncio. Contacte a linha de apoio, através do 93 300 95 90. Um psicólogo pode ajudar.

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