Record (Portugal)

‘Clear obvious error’

- Carlos Barbosa da Cruz Advogado

ç Se os comentador­es e especialis­tas se dividem quanto à existência ou não de uma situação de penálti entre o Zaidu e o Pote, no final da primeira parte do recente Sporting vs. FC Porto, já a esmagadora maioria considera que a intervençã­o do VAR, sobre a decisão do árbitro Luís Godinho, foi extemporân­ea e contrária ao protocolo de intervençã­o do VAR.

Por todos, vejam-se as desassombr­adas consideraç­ões do ex-árbitro Duarte Gomes no jornal ‘A Bola’ de ontem.

O regulament­o do VAR, emitido pelo IFAB, fala em “clear obvious error” (“erro claro e óbvio”) como pressupost­o para o desencadea­mento da intervençã­o do vídeo-árbitro. Tendo em conta que a essência da apreciação da jogada se coloca na “intensidad­e” do empurrão, porque mão nas costas do jogador do Sporting existe sem sombra de dúvida, o sr. Tiago Martins exorbitou claramente as suas funções.

Mas não foi só ele que errou. O sr. Luís Godinho, árbitro do encontro, após visionar as imagens, por sugestão do VAR, acabou por reverter a grande penalidade assinalada e a expulsão de Zaidu.

Fez mal, porquanto o protocolo do VAR dispõe que a decisão original só deve ser alterada pelo árbitro em caso de erro claro e óbvio, erro esse que o árbitro não poderia nunca ter vislumbrad­o pelas imagens. Ambos erraram.

E não era uma grande penalidade qualquer , porque, a ser marcada, com toda a probabilid­ade o FC Porto, a jogar toda a segunda parte com menos um, perderia o jogo e aumentaria o atraso relativame­nte ao Sporting e ao Benfica.

A gravidade da situação justificar­ia, no mínimo, um esclarecim­ento do Conselho de Arbi

A DECISÃO ORIGINAL SÓ DEVE SER ALTERADA PELO ÁRBITRO EM CASO DE ERRO CLARO E ÓBVIO

tragem. Lembrar-se-ão como o Conselho de Arbitragem foi pressuroso a esclarecer o que se entendia por “fase de ataque”, num golo anulado ao Sporting (é sina!), em Portimão.

Desta vez, singularme­nte, o que o Conselho de Arbitragem faz é – pasme-se – apresentar queixa ao Conselho de Disciplina da FPF, por causa das declaraçõe­s de Frederico Varandas após o jogo. Quanto às questões técnicas e a polémica instalada nem uma palavrinha...

Que mau serviço o Conselho de Arbitragem prestou ao futebol português.

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