‘Clear obvious error’
ç Se os comentadores e especialistas se dividem quanto à existência ou não de uma situação de penálti entre o Zaidu e o Pote, no final da primeira parte do recente Sporting vs. FC Porto, já a esmagadora maioria considera que a intervenção do VAR, sobre a decisão do árbitro Luís Godinho, foi extemporânea e contrária ao protocolo de intervenção do VAR.
Por todos, vejam-se as desassombradas considerações do ex-árbitro Duarte Gomes no jornal ‘A Bola’ de ontem.
O regulamento do VAR, emitido pelo IFAB, fala em “clear obvious error” (“erro claro e óbvio”) como pressuposto para o desencadeamento da intervenção do vídeo-árbitro. Tendo em conta que a essência da apreciação da jogada se coloca na “intensidade” do empurrão, porque mão nas costas do jogador do Sporting existe sem sombra de dúvida, o sr. Tiago Martins exorbitou claramente as suas funções.
Mas não foi só ele que errou. O sr. Luís Godinho, árbitro do encontro, após visionar as imagens, por sugestão do VAR, acabou por reverter a grande penalidade assinalada e a expulsão de Zaidu.
Fez mal, porquanto o protocolo do VAR dispõe que a decisão original só deve ser alterada pelo árbitro em caso de erro claro e óbvio, erro esse que o árbitro não poderia nunca ter vislumbrado pelas imagens. Ambos erraram.
E não era uma grande penalidade qualquer , porque, a ser marcada, com toda a probabilidade o FC Porto, a jogar toda a segunda parte com menos um, perderia o jogo e aumentaria o atraso relativamente ao Sporting e ao Benfica.
A gravidade da situação justificaria, no mínimo, um esclarecimento do Conselho de Arbi
A DECISÃO ORIGINAL SÓ DEVE SER ALTERADA PELO ÁRBITRO EM CASO DE ERRO CLARO E ÓBVIO
tragem. Lembrar-se-ão como o Conselho de Arbitragem foi pressuroso a esclarecer o que se entendia por “fase de ataque”, num golo anulado ao Sporting (é sina!), em Portimão.
Desta vez, singularmente, o que o Conselho de Arbitragem faz é – pasme-se – apresentar queixa ao Conselho de Disciplina da FPF, por causa das declarações de Frederico Varandas após o jogo. Quanto às questões técnicas e a polémica instalada nem uma palavrinha...
Que mau serviço o Conselho de Arbitragem prestou ao futebol português.