Record (Portugal)

O futuro do Sporting

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Se tivesse batido o Rio Ave, o Sporting estaria agora com seis pontos de vantagem sobre o FC Porto e o Benfica e 12 sobre o Sp. Braga, cenário inopinado, para não dizer impensável, quando começou a época. E é também por ter noção disso que Rúben Amorim reclama, com alguma razão, o direito de a sua equipa ter jogos maus. O afastament­o da Taça de Portugal, frente ao Marítimo, serviu para confirmar que várias das segundas linhas leoninas perdem demasiado na comparação com os titulares ou com as alternativ­as à disposição de Jesus, de Sérgio e até de Carvalhal. E que isso se nota muitíssimo mais quando o Sporting tem de jogar duas vezes na mesma semana.

Serviu também para o próprio Amorim descobrir que ele próprio, independen­temente das suas imensas competênci­as, está também num processo de maturação (a perder por 1-0 no Funchal, fez uma revolução que deixou a equipa desequilib­rada). É normal e não se resolve só porque já pode envergar, sem vergonha, a braçadeira de treinador.

Todo este contexto resultou na perda de dois pontos frente a um Rio Ave que está longe do fulgor da época passada. A disputa da Taça da Liga não vem, por isso, na melhor altura para um Sporting que parece um pouco derreado e a acusar a mocidade e a pressão da liderança.

Mas Amorim sabe que, após a final four da Taça da Liga, só terá de preparar e jogar um jogo por semana. E, se Varandas e Viana voltarem a ser certeiros nesta reabertura do ‘mercado’, o Sporting até pode voltar a crescer em termos competitiv­os. Claro que esta é uma época atípica e em que as rasteiras da Covid estão ali ao virar da esquina (já agora, suspender a Liga não faria sentido, porque os jogadores estão mais defendidos em competição do que estariam em maior liberdade). Mas, por outro lado, é também o ano em que os dois primeiros lugares garantem os milhões da Champions (para o terceiro não é certo). E isso pode marcar muito o futuro do Sporting nos próximos anos.

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