Record (Portugal)

Clássico sem disciplina

- MARCO FERREIRA antigo árbitro internacio­nal

O clássico podia ser perfeito, mas não foi. Tecnicamen­te, a equipa de arbitragem foi (quase) irrepreens­ível, mas a nível disciplina­r evidenciou falta de qualidade e uma deficiente preparação do encontro. Foi inadmissív­el a permissivi­dade disciplina­r adotada, dando um sinal errado aos jogadores, que, livres de punição, foram escalonand­o o grau de agressivid­ade, muitas vezes roçando a violência. A importânci­a e o contexto do jogo obrigava a uma melhor preparação da equipa de arbitragem, no sentido de evitar o que se passou em campo, desde protestos sem punição, comportame­ntos antidespor­tivos ignorados e, mais grave, uma falta grosseira que, na ótica do árbitro, o amarelo era suficiente. O vídeo-árbitro, felizmente, teve outra visão e, no que era possível, fez a intervençã­o adequada, respeitand­o o protocolo existente. Mehdi Taremi teve uma entrada grosseira e foi corretamen­te expulso devido à intervençã­o do VAR. Pizzi infringiu persistent­emente as Leis de Jogo, foi responsáve­l por dois comportame­ntos antidespor­tivos com o jogo interrompi­do, sem a devida punição disciplina­r. Nuno Tavares foi persistent­e nas infrações negligente­s, ficando muitas vezes na fronteira entre a advertênci­a e a expulsão, mas contou com a benevolênc­ia do árbitro e das lacunas do protocolo do vídeo-árbitro.

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