Record (Portugal)

ESTRELA DO LEÃO

Rúben Amorim voltou a estar do lado certo na final da Allianz Cup. Foi pena que o relvado não tivesse permitido mais futebol na 1.ª parte

- CRÓNICA DE LUÍS AVELÃS

ç O técnico leonino tinha avisado que a sua estrela podia ajudar a fazer diferença. Não terá sido só por isso que o Sporting venceu a Allianz Cup, mas a verdade é que o treinador que a época passada conquistou o troféu à frente do Sp. Braga, ontem voltou a sair vitorioso desta competição (oitava vez, juntando as seis como atleta) agora ao leme dos leões. Mas, para o conseguir, foi preciso sofrer muito. Os minhotos atuaram sempre olhos nos olhos e na segunda parte – quando as condições atmosféric­as permitiram um jogo de maior qualidade – carregaram em busca da igualdade. Não a conseguira­m, mas voltaram a demonstrar que, futebolist­icamente falando, estão ao nível dos grandes. Após o apito inicial não foi preciso esperar muito para se perceber que a intempérie iria dificultar (e de que maneira) a tarefa dos dois conjuntos. As más condições do relvado (consequênc­ia da muita chuva que caiu antes e durante os primeiros 45 minutos) tornou impossível ver um jogo de qualidade na etapa inicial. A solução passou por procurar um futebol mais direto, de passes longos, e apostar nos duelos físicos. Sim, a técnica dos artistas foi relegada para segundo plano em detrimento do espírito de sacrifício. Quem lutasse mais, quem menos receio tivesse de colocar o pé, estaria em vantagem. Não foi por acaso que a partida teve 46 faltas, embora também seja justo dizer que as equipas podiam ter evitado algumas quezílias, tal como o árbitro devia ter refreado os protestos dos dois treinadore­s sem os expulsar logo aos 33’. É preciso entender que estava em causa um título e que o futebol não é uma missa. O Sporting teve o condão de, na única verdadeira oportunida­de primeira parte – os minhotos

HOMEM DO JOGO

Foi um remate de Porro que decidiu o jogo, mas COATES foi a principal figura em campo. ‘Varreu’ a sua área até ao derradeiro instante. tiveram um bom remate (parado com o pé por Adán), mas Fransérgio estava adiantado – marcar. Mérito de Porro, aliado ao erro de marcação dos bracarense­s, e estava feito o golo. Até ao descanso só um lance individual de Pote voltou a agitar as águas. De resto... muito despique físico e pouco mais.

Menos chuva... mais futebol

A segunda parte foi diferente. Muito melhor. A chuva deu tréguas, o relvado ficou claramente mais praticável e já se viu futebol. O Sp. Braga foi atrás do prejuízo, beneficiou da entrada de Paulinho (e mais tarde de Iuri Medeiros) e foi quem mais rematou e

conquistou pontapés de canto. Ameaçou algumas vezes (destaque para o ‘disparo’ de Paulinho à trave, aos 71’, numa jogada em que ficou a ideia de o dianteiro estar fora-de-jogo) mas não encontrou forma de ultrapassa­r Adán. Taticament­e, as duas equipas estiveram sempre muito encaixadas, mas os minhotos procuraram desequilib­rar através das ações do veloz Galeno. Contudo, os dribles/cruzamento­s nem sempre saíram bem ao brasileiro e quando ele acertou a defesa sportingui­sta surgiu (na maioria das vezes) no sítio certo para evitar males maiores. E nessa aspeto Coates foi um capitão em toda a dimensão. Fez inúmeros cortes, pelo ar e rente à relva, e soube comandar o sector.

Mais preocupado em fechar os caminhos para a sua grande área, o Sporting também não deixou de espreitar o ataque. Pote e Sporar ‘cheiraram’ o golo, mas falharam o alvo.

Na parte final, com os nervos à flor da pele (referência especial para a expulsão de Pote com vermelho direto), o Sp. Braga tentou o derradeiro assalto. Mas, como sempre, foi incapaz de acertar no alvo. João Novais foi o último a estar perto, mas Adán assinou defesa decisiva. Definitiva­mente, faltou aos minhotos a estrelinha da sorte para levar o jogo até aos penáltis. Mas, claro, a estrela estava com Rúben Amorim...

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