JOSÉ GARRIDO
treinadores portugueses na Arábia Saudita, mas os títulos vão para os outros”, lamenta, referindo-se ao período em que coincidiu com Rui Vitória, Pedro Caixinha e Ivo Vieira – os dois primeiros já abandonaram o país. Ao mesmo tempo, José Garrido admite que também contribuiu para esta situação. “Constato que se esqueceram de mim e, se calhar, eu também tenho culpa. Preocupei-me em mostrar o meu trabalho e não me preocupei tanto em manter ligações para ter visibilidade. Nunca tive convites para voltar para Portugal, mas a verdade é que quero continuar a minha vida pelo estrangeiro porque sou respeitado. Quer dizer, sei que voltarei ao meu País, pode é não ser para treinar [risos]. Tenho a minha família e hei de voltar”, acrescenta.
Vida de viajante
Os 17 anos longe de casa proporcionaram muitos carimbos no passaporte: Malásia, Omã, Bahrein, Dubai, Kuwait, Gabão e Arábia Saudita. “Onde estou agora existem diferenças em relação aos outros países do mundo árabe. Há maior organização e grande equilíbrio entre equipas, até na 2.ª Liga – o ano passado vencemos essa competição. E na 1.ª Divisão nota-se muita competitividade, cada equipa pode contratar sete estrangeiros e isso pode equilibrar. Estou num clube de média dimensão, tanto sobe de divisão como desce, e não é um clube que tenha muito poder financeiro”, explica José Garrido, fazendo questão de desmistificar a ideia de que o campeonato saudita se trata de um futebol só de ricos. “Há dificuldades, ainda para mais agora com a pandemia. Mas, por exemplo, os salários quando ficam em atraso é por pouco tempo porque a federação fiscaliza a situação”, revela.
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