ACABOU O SONHO
PoderosaPoderosa FrançaFrança nãonão deu hipóteses e acabou com o sonho de Portugal lutar pelas medalhas
ç Todos sabiam de antemão que bater a França e com isso confirmar um apuramento histórico para os quartos-de-final de um Mundial seria como escalar uma elevadíssima montanha, mas também se haveria quem pudesse legitimamente sonhar em operar mais um milagre e continuar a fazer história era, sem dúvida, esta Seleção Nacional. Só que, desta vez, os Heróis do Mar não conseguiram fazer frente a um poderoso adversário que já bateram no passado, e que é somente a equipa com mais títulos mundiais da história (6) e, obviamente, grande candidata à conquista do título no Egito.
A derrota pesada por nove golos de diferença (23-32) não foi por falta de atitude nem de comprometimento de Portugal, que pode sair da prova com a cabeça bem erguida, uma vez que já ninguém lhe tira uma participação para a história: maior número de vitórias numa edição (4); passar em primeiro lugar para a Main Round; e saberá hoje se melhorará a melhor classificação de sempre (12º, em 2003). Estes são os sinais positivos que permitem acreditar que a Seleção de Paulo Pereira continua num processo de evolução, que pode bater-se olhos nos olhos com qualquer oponente, e que é praticamente uma certeza que voltarão mais fortes no futuro. O torneio pré-olímpico, que decidirá uma vaga inédita para Tóquio, é o próximo grande desafio: França (outra vez...), Croácia e Tunísia são os rivais em março. Quanto ao jogo, Portugal teria de fazer uma exibição a roçar a perfeição e aproveitar praticamente todas as oportunidades no ataque, e contar com desinspiração ofensiva dos gauleses. Portugal tentou resistir na primeira parte, com Alexis Borges (1-0) e Diogo Branquinho (3-2) a darem as únicas vantagens à Seleção durante a partida. Só que com ataques letais, com Quintana (terminou com 10 defesas em 38) a sentir-se impotente para travar os remates, a França foi sempre gerindo a vantagem. Antes do intervalo, o inconformado Miguel Martins (melhor marcador lusitano) fez dois golos seguidos e ainda ameaçou quebrar o domínio gaulês (12-13), só que rapidamente o adversário fugiu e, ao descanso, liderava por quatro. Na segunda parte, Paulo Pereira tentava pedir tranquilidade para dentro de campo, só que Portugal ou tinha pontaria a mais e acertava nos postes, ou via o guarda-redes Gerard a brilhar (9 defesas em 32), ou permitia rápidos contra-ataques a um rival que não abrandava e que foi dilatando a vantagem que chegou aos dez golos de diferença (17-27). Até ao fim, a frustração invadiu o espírito dos portugueses, que nada mais podiam fazer...
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PORTUGUESES DERAM TUDO MAS NÃO TIVERAM ARGUMENTOS PARA TRAVAR A EQUIPA COM COM MAIS TÍTULOS MUNDIAIS