Estrelinha não brilhou
Foi um Famalicão corajoso que se apresentou em Alvalade. A atravessar a melhor fase da época, a equipa de Ivo Vieira procurou dividir o controlo de jogo com o Sporting e, ao longo da primeira parte, foi capaz de o fazer, ainda que assumindo alguns riscos no momento ofensivo que por vezes colocaram a equipa em sobressalto. Rúben Amorim colocou Pote a jogar próximo de Palhinha, com João Mário a partir do corredor esquerdo para funcionar como
O FAMALICÃO TENTOU DISCUTIR O JOGO COM O SPORTING E NA 1ª PARTE FOI CAPAZ DE O FAZER, APESAR DE ALGUNS RISCOS
terceiro médio no espaço entre linhas. Partindo de um posicionamento em 4x3x3, o Famalicão desdobrava-se num 5x2x3 no seu processo defensivo com Gustavo Assunção a recuar para a zona dos centrais para, por um lado, facilitar o controlo da largura ofensiva de Porro e Nuno Mendes, e por outro para permitir a saída em pressão dos centrais aos movimentos em apoio de João Mário, Tiago Tomás ou Paulinho [1].
O Sporting adiantou-se no marcador com golo de Pote,
após um erro de Iván Jaime. Ao receber o passe de Luiz Júnior, o espanhol não foi capaz de ler o espaço ao seu redor e rapidamente antecipar a decisão, perdendo a bola em zona de perigo. A resposta foi ainda assim rápida e os famalicenses repuseram a igualdade. A saída longa do Famalicão colocou imediatamente vários jogadores do Sporting fora do lance. Com os médios Palhinha e Pote a pressionar em zonas avançadas, criou-se espaço à frente da defesa que foi explorado pelo passe atrasado de Rúben Vinagre [2].
A segunda parte foi de sentido único.
O domínio dos leões acentuou-se e o Famalicão foi perdendo capacidade de reter a bola em seu poder. A entrada de Bragança acrescentou não só criatividade desde zonas mais recuadas, mas garantiu também disponibilidade e agressividade na reação à perda de bola, fundamental para manter a equipa equilibrada. A grande oportunidade para sentenciar o jogo pertenceu ao Sporting. O jogo aéreo de Coates, que por tantas vezes trouxe vitórias, colocou a bola nos pés de Jovane Cabral. Com os jogadores do Famalicão a não controlarem o extremo do Sporting, este pôde executar sem pressão, mas não conseguiu finalizar da melhor forma e o empate manteve-se até final [3].