“Nem todos podem ser como o Mbappé”
Melhor época da carreira chegou 11 anos depois da estreia, mas o médio não vê nisso um problema
Mais de 11 anos depois de se estrear pelo FC Porto, Sérgio Oliveira atingiu o auge da carreira. Aos 28 anos, o médio está em ponto de rebuçado, tal como comprovam os 19 golos apontados nos 40 jogos realizados esta temporada. A afirmação do menino que em 2009 foi apontado como a estrela do futuro portista tardou, mas a paciência veio dar razão às melhores perspetivas. O processo foi duro, mas o próprio não vê nisso nada de anormal. “Nem todos podem ser como o Mbappé, que tem jogado ao mais alto nível desde que tinha 18 anos. Isso não é normal, o normal é um percurso como o meu, com dificuldades, com empréstimos, com tudo aquilo que faz parte da evolução de um profissional e de um ser humano”, disse o médio, em declarações à UEFA, assumindo-se também feliz por poder vingar no clube do coração. “Sou sócio do FC Porto quase desde que nasci e isso fica a dever-se a um tio meu, que era um portista ferrenho, pelo que esse sentimento que me liga ao clube está presente desde sempre”, revelou.
Grande parte dos anos recentes da carreira de Sérgio Oliveira têm sido realizados sob o comando de Sérgio Conceição. Foi assim no Nantes e tem sido assim no FC Porto. O percurso nem sempre foi fácil, mas o médio não esconde que deve muito do que é hoje em dia ao treinador que mais lhe cobrou.
“O míster Sérgio Conceição deu-me aquilo de que eu precisava. Olhou para mim e disse: ‘Tu tens qualidade, mas precisas de evoluir em certos aspetos.’ Desde o primeiro dia que estive disposto a evoluir, a trabalhar, a ouvir, a acatar, a aprender. E ainda hoje é assim. Queria ser uma referência do clube e o míster Sérgio teve um papel preponderante nesse aspeto”, apontou, lembrando outras duas histórias. “Quando fui para o Nantes, ele olhou para mim e disse: ‘Estás gordo, vais ter de perder quatro ou cinco quilos’”, começou por contar. “No ano seguinte, veio para o FC Porto e ele disse que se calhar o melhor era sair para ter oportunidade. Eu disse que queria agarrar o meu lugar. Fiquei nove jogos na bancada e a minha estreia foi contra o Monaco, na Liga dos Campeões. Do nada, ele chamou-me e disse: ‘Vais jogar, confio plenamente em ti.’ Foi inesquecível. Temos personalidades fortes e tivemos as nossas discussões, sempre com respeito, mas hoje temos uma relação muito boa”, confidenciou.
Bater a “super Juve” foi épico
A eliminatória com a Juventus faz parte do passado, mas continua bem presente. “Conseguimos derrotar uma super Juventus, uma equipa muito forte e que tem o melhor do Mundo. Jogámos com menos um durante uma hora e fomos bem-sucedidos. Foi um jogo à imagem do FC Porto. Jogámos com raça e com a luta que nos caracteriza. Creio que foi um momento épico e representou uma mensagem de que tudo é possível”, atirou.
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“O MÍSTER SÉRGIO CONCEIÇÃO DEU-ME AQUILO DE QUE PRECISAVA. TEVE UM PAPEL PREPONDERANTE”, DISSE À UEFA