Já alguém pensou como tirar os adeptos do sofá?
A PANDEMIA CRIOU, ENTRE OUTROS, UM ENORME PROBLEMA NO DESPORTO. SERÁ PRECISO MUITA ESTRATÉGIA PARA RECUPERAR AQUELES QUE SE AFASTARAM DE ESTÁDIOS E PAVILHÕES
Costumamos referir-nos à televisão como a caixa que mudou o Mundo. De facto, desde que a televisão entrou pelas nossas casas que se tem transformado numa ferramenta poderosa que influencia todas as dimensões da nossa vida. Já vimos guerras em direto, eleições a serem ganhas e perdidas, a conquista da Lua e todas as tragédias e vitórias do nosso dia a dia. As gigantes audiências televisivas um pouco por todo o Mundo têm possibilitado aos canais receitas publicitárias fabulosas.
Independentemente dos momentos nacionais ou locais
que garantem elevadas audiências, poucos são os momentos televisivos de impacto verdadeiramente global. As cerimónias de entrega dos Óscares, festivais de música ou algumas atividades políticas e religiosas, são, para além dos eventos inesperados (mortes, tragédias, guerras), momentos de elevadas audiências te- levisivas. No entanto, o desporto garante com uma enorme regularidade os melhores lugares das audiências televi- sivas, seja com eventos mundiais, continentais, regionais, nacionais ou locais. Talvez o facto de a grande maioria das transmissões desportivas serem em direto garanta, através da imprevisibilidade e incerteza do resultado, a atenção dos espectadores.
Se pensarmos no que são hoje em dia os telefones de última geração,
temos assistido a mais uma revolução na forma de distribuir conteúdos desportivos. Hoje é possível, em qualquer lugar, acompanhar, através do telefone, o jogo da nossa equipa favorita, ver os melhores momentos em direto, escolher os ângulos das repetições e consultar em detalhe no final todas as estatísticas do jogo. Adicionalmente, as redes sociais permitem ainda mergulhar no mundo do desporto com acesso cada vez maior aos próprios bastidores de equipas, atletas, competições e eventos. Temos por isso desporto disponível para consumo 24 horas por dia e 365 dias por ano a partir do sofá.
A pandemia criou, entre outros, um enorme problema
na indústria do desporto. Delapidou há mais de um ano as avultadas receitas de bilheteira de toda a indústria. Não sabemos ainda quando voltaremos a ter adeptos nos estádios e pavilhões. Nem em que condições. Ou até eventuais restrições. Muitas incertezas pela frente, portanto.
Além das questões de saúde pública,
existe ainda outro desafio enorme para a indústria do desporto, que passou o último ano a desenvolver esforços para manter os adeptos agarrados aos sofás. Como os vamos tirar de lá? Claro que os mais entusiastas vão rapidamente desempoeirar os cachecóis e invadir as bancadas. O problema não é esse. São todos os outros adeptos, menos envolvidos, que se desabituaram da experiência de ver desporto ao vivo. Perderam a rotina. Deixaram de gastar dinheiro em bilhetes. Vai ser preciso muita energia, estratégia e criatividade para o desporto recuperar os seus clientes.
O DESPORTO GARANTE COM REGULARIDADE
OS MELHORES LUGARES DAS AUDIÊNCIAS NA TV