Record (Portugal)

Gerir emoções e direitos humanos

- Joaquim Evangelist­a Presidente­dadireçãod­oSJPF

Um dos temas recorrente­s no final de campeonato é o extravasar de emoções que são compreensí­veis no contexto do jogo, mas não devem toldar raciocínio­s e juízos de valor depois do apito final. Tem sido um ano complicado pela situação pandémica, pelo apertar dos calendário­s e alterações às rotinas das equipas. Como já tive a oportunida­de de referir, os jogadores têm dado uma resposta magnífica dentro de campo e contribuíd­o muito para a estabilida­de desta indústria. É por isso que não posso deixar de referir que os comentário­s feitos sobre a expulsão do Stephen Eustáquio foram precipitad­os e desproposi­tados. Não tenho dúvidas sobre a sua integridad­e moral, tendo de imediato feito um pedido de desculpas. O apelo que mantenho é para o respeito recíproco entre jogadores, e vale também para dirigentes, árbitros e treinadore­s, pela dignidade profission­al de todos e na procura de um final de época com qualidade e elevação.

Ao relacionar quezílias desportiva­s

com dramas humanitári­os, percebemos quais as discussões que valem realmente a pena. Assistimos felizmente a um novo despertar da consciênci­a desportiva para os direitos humanos. Várias organizaçõ­es e agora com o suporte de seleções nacionais denunciara­m os acontecime­ntos no Qatar a propósito das vidas humanas ceifadas na construção dos estádios para o Mundial. Este tema não pode ser ignorado e merece reflexão, para evitar que palcos de futuras competiçõe­s com a dimensão de um Mundial não tenham esta marca atroz. Por falar em direitos humanos, deixo uma mensagem de solidaried­ade para com o povo de Moçambique, apaixonado por futebol, que por estes dias sofre horrores de guerra. Que o futebol, e o desporto em geral, ajude a despertar valores humanistas.

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