No Messi, no party
Durante anos a fio, Messi governou com mão de ferro os duelos entre Barça e o Real Madrid, cuja casa costumava ser uma espécie de salão de festas do argentino. Mas, no sábado, a principal imagem que deixou em Valdebebas foi a de um jogador acabrunhado e a tiritar de frio. Somou o sétimo ‘El Classico’ sem marcar (desde que CR7 saiu para Itália…), esteve sempre longe do jogo, desastrado nos livres e quase só se mostrou num canto que por pouco não resultou num golo olímpico.
Foi quase sempre um combatente desaparecido, naquela que pode ter sido a última grande batalha ao serviço do Barça. A tormenta brutal fê-lo sair momentaneamente do campo para trocar de camisolas, mas nem isso resolveu a sua noite apagada e a falta de jogo de um Barcelona que acabou batido (2-1) pelas transições do Real Madrid.
Neste duelo de perseguidores, ganharam os madrilenos, que há um par de meses pareciam moribundos e que já estão a um ponto de um Atlético Madrid que chegou a ter 10 de vantagem (e menos um jogo) e que entrou em depressão por falta de golos e de ideias.
De repente, tudo parece funcionar no Real (que tem um calendário mais benévolo). Deitou para trás das costas as mais de 50 lesões com que teve de lidar esta época e Vinicius já é comparado a um raio, enquanto Militão fez esquecer as ausências de Sergio Ramos e Varane. Os jornais de Madrid cantam a lição tática de Zidane (que tem mais vidas do que um gato e que surpreendeu com a colocação de Valverde em vez de Asensio, para travar a comunicação entre Alba e Messi) sobre o azedo Koeman. Para a história ficou o ‘taconazzo’ de Benzema, num golo de classe infinita.